O segundo dia de greve dos médicos da rede pública estadual de Alagoas não causa grandes transtornos à população, mas há casos de pessoas que procuram ambulatórios e têm que voltar para casa sem atendimento. Em outras situações, os pacientes usam postos de saúde municipais, que funcionam normalmente.
Uma reunião entre secretários, na tarde de terça-feira (11), foi feita para avaliar a paralisação. No entanto, o governador Teotonio Vilela Filho não participou. Com isso, um novo encontro deve acontecer nos próximos dias para discutir quais medidas o governo vai adotar.
A greve começou na terça-feira, quando o Sinmed-AL (Sindicato dos Médicos de Alagoas) prometeu que seria suspenso em 100% o atendimento nos postos de saúde e 70% em pronto-socorros, o que não aconteceu. Ainda não há informações sobre quantos médicos aderiram ao movimento grevista.
A classe médica do Estado quer discutir salários, cargos, carreiras e também quer que sejam feitos concursos públicos para novas vagas. O sindicato diz que os atuais cerca de 1.500 profissionais não dão conta da demanda. Eles querem que o número de médicos dobre.
Greve ilegal
O presidente do TJ-AL (Tribunal de Justiça de Alagoas), o desembargador Sebastião Costa Filho, decretou que a paralisação dos médicos da rede estadual de saúde é ilegal. Na decisão, o magistrado fundamentou que quem vai ser prejudicada é a população.
— Greves no setor público não se igualam, de nenhuma forma, àquelas do setor privado. Enquanto estas últimas atacam diretamente o empregador, as paralisações do serviço público flagelam a população. O direito de greve, portanto, não é como nenhum outro, absoluto.
Apesar de correr o risco de uma multa diária de R$ 50.000, o Sinmed-AL já antecipou que não vai acatar a decisão da Justiça.