O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) - que reúne as principais operadoras de planos de saúde -, Arlindo Almeida, afirmou que médicos estão livres para pedir o desligamento do plano de saúde. "Ninguém os obriga a manter a ligação com a operadora", observou.
Ele disse não temer que, com a recomendação, haja um descredenciamento em bloco. "A fila de médicos querendo entrar nos planos de saúde é certamente muito maior do que aquela de profissionais que pensam em se descredenciar", completou. "Seria mais correto eles adotarem essa medida do que organizarem suspensões temporárias de atendimento, como estão fazendo."
Para a advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) Joana Cruz, médicos têm o direito de se descredenciar do plano a qualquer tempo. Ela avalia, no entanto, que a estratégia sugerida pelo presidente do CFM, Roberto D’Ávila, deixa evidente a turbulência nas relações entre operadoras e médicos. "A reivindicação da classe é justa. O problema é que consumidores estão arriscados a pagar um alto preço por esse embate."
A sugestão apresentada pelo presidente do CFM, de que pacientes peçam o reembolso do valor da consulta às operadoras, não se aplica a todos os consumidores, observa. "Isso vale somente para quem tem planos de livre escolha. Os demais terão de ser atendidos por médicos de uma rede ofertada pelas operadoras."
Em nota, a ANS afirmou que sua missão é regular as operadoras de planos de saúde e fiscalizar os planos. "As operadoras são obrigadas a oferecer consultas aos beneficiários."