A restituição está disponível em quase todos os estados e é um direito desconhecido por muitos brasileiros.
Muitos brasileiros que tiveram o carro roubado ou furtado não sabem que têm direito a receber de volta parte do IPVA pago. A restituição está disponível em quase todos os estados.
A cada dia a esperança de seu Geraldo só diminui. O técnico em refrigeração teve o carro roubado na semana passada em frente ao local onde estava trabalhando. Até agora nem sinal dele.
“6h15 eu paguei o IPVA, 8h30 eu estava sem o carro. Quando adquiri ele foi com muita dificuldade, não foi fácil não. E foi de mão beijada”, contou Geraldo Campos de Lima, técnico em refrigeração.
Na maioria dos estados brasileiros os donos de motos, carros e caminhões roubados podem receber de volta parte do IPVA.
Em Minas Gerais a restituição do IPVA é garantida por lei, mas o reembolso não é automático. O contribuinte precisa ir à Secretaria da Fazenda, apresentar o documento do veículo e o Boletim de Ocorrência.
Para saber o valor a que tem direito, em Minas Gerais, é preciso dividir o total do imposto por 365, que é o número de dias do ano. E multiplicar o resultado pelos dias que a pessoa ficou sem o veículo.
O pedido de restituição deve ser feito assim que o veículo for localizado. Caso não seja, o dono só pode dar entrada no início do ano seguinte.
“Ele tem direito a restituição do IPVA entre a data do crime e a data que o carro foi restituído pra ele. Quando o veículo fica furtado ou roubado até o dia 31/12, o contribuinte precisa esperar vencer o ano até pra que a gente calcule qual foi o período que o contribuinte ficou sem o veículo na posse dele”, afirmou Osvaldo Scavazza, superintendente de arrecadação da Secretaria de Fazenda de MG.
O valor médio do imposto devolvido ano passado em Minas passou dos R$ 700. Só que muita gente anda deixando o dinheiro pra lá.
Dos mais de 10,3 mil motoristas que tiveram o veículo roubado ou furtado em Belo Horizonte, em 2012, menos de 2% pediram o dinheiro do IPVA de volta.
“Eu acho que tem gente que nem sabe. Eu mesmo não sabia”, disse Lincoln Alves Filho, corretor de seguros.