A partir desta sexta-feira, pacientes sem gravidade que procurarem atendimento no pronto-socorro do Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo, na zona oeste da cidade, serão orientados a buscarem uma unidade da rede AMA (Assistência Médica Ambulatorial) perto de sua casa.
As obras da primeira reforma do prédio do pronto-socorro começam hoje - o que obrigou a unidade a reduzir o atendimento ao público pela metade. A prioridade será receber pacientes graves e vítimas de trauma - que hoje representam cerca de 20% dos quase 500 casos que chegam diariamente ao local.
A reforma, que será a primeira em 70 anos do pronto-socorro, está orçada em R$ 4 milhões e deve durar 12 meses. Além da reforma física, serão adquiridos equipamentos mais modernos, o que deve triplicar a capacidade de atender casos graves.
Segundo a médica Eloísa Bonfá, diretora clínica do PS do HC, uma equipe de acolhimento vai receber os pacientes que buscarem o pronto-socorro por conta própria (sem terem sido encaminhados pela rede) e explicar que a unidade está em reforma e, por isso, o espaço físico foi reduzido.
Essas pessoas receberão um folheto com os endereços e telefones de todas as AMAs, separadas por bairro. A ideia é que o paciente sem problema grave busque um primeiro atendimento nessas unidades e, se for o caso, o médico da AMA fará o encaminhamento ao HC.
Se ainda assim a pessoa insistir em ser atendida no HC, ela será encaminhada para uma equipe de triagem, que avaliará a gravidade do caso. O atendimento não será negado, mas o tempo de espera poderá ser longo.
Segundo Eloísa, as pessoas com problemas ligados à otorrino e oftalmologia terão o atendimento garantido no pronto-socorro do HC, pois as AMAs não possuem médicos dessa especialidade. As outras áreas, como o ambulatório de especialidades, continuarão funcionando normalmente, sem alterações.
A rede das AMAs foi criada em 2005 pela Prefeitura com o objetivo de tirar dos PSs a demanda espontânea de atendimentos de baixa complexidade. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, hoje há 120 AMAs, sendo 17 de atendimento 24 horas. Juntas, realizam 30 mil atendimentos por dia (cerca de 250 cada um). A Prefeitura não respondeu se a rede tem condições de absorver o aumento da demanda.