O Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth, conhecido como
Maternidade da Praça XV, será fechado nos próximos dias pela
prefeitura do Rio. Localizada há décadas no centro do Rio, a
maternidade está com a admissão de novas gestantes e procedimentos
obstétricos interrompidos por determinação da Subsecretaria de
Atenção Hospitalar, Urgência e Emergência da Secretaria Municipal
de Saúde.
As pacientes que anteriormente eram atendidas na Maternidade da
Praça XV estão sendo encaminhadas para a Maternidade Maria Amélia
Buarque de Hollanda, também no centro, e para a Maternidade
Fernando Magalhães, em São Cristóvão.
Em nota, a Secretaria de Saúde informa que a unidade “necessita
de reformas estruturais e arquitetônicas hospitalares sistêmicas e
profundas” e que com a abertura da Maternidade Maria Amélia Buarque
de Hollanda, no centro, e a criação do Programa Cegonha Carioca, a
rede materno-infantil da prefeitura chegou a um nível que atende
plenamente à necessidade do município.
A denúncia de fechamento da maternidade foi feita pelo Conselho
Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj). Em recente visita
de fiscalização, feita na última sexta-feira (1°), fiscais do
conselho constataram a falta de obstetras. O plantão da obstetrícia
está sendo feito por apenas três médicos. O secretário-geral do
Cremerj, Pablo Vasquez, disse no relatório que “há dias em que a
situação fica ainda mais crítica, com apenas um médico tomando
conta de toda a maternidade. Caso chegue uma paciente em trabalho
de parto e o único plantonista esteja fazendo algum procedimento,
não há médico para atendê-la”.
A maternidade – que foi referência no Rio de Janeiro – fez no
ano passado cerca de 1.500 atendimentos a menos do que em 2011
devido à ausência de plantonistas. Em recente concurso, nove
médicos foram chamados, mas apenas dois permaneceram no cargo
devido à baixa remuneração.
A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil informa “que
manterá todo o esquema de atendimento do Programa Cegonha Carioca
já existente na porta de entrada da unidade, além de ambulâncias
para os casos mais urgentes. Os veículos do Corpo de Bombeiros e do
Samu [Serviço de Assistência Médico de Urgência] já tiveram as suas
regulações informadas sobre a mudança dos destinos a partir desta
interrupção”.