As autoridades sanitárias do Reino Unido disseram nesta quarta-feira ter evidências de que uma doença respiratória aguda parecida com a Sars - que foi objeto de um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2003 - seja capaz de se alastrar por contato humano.
A doença é transmitida através do contato com animais, mas, se houver possibilidade de transmissão através do contato humano, o risco para a população é maior, explicaram as autoridades.
No mais recente caso, o terceiro no país, uma pessoa que está internada na UTI de um hospital de Birmingham pode ter contraído a doença de um parente próximo, acreditam os médicos.
Entretanto, o risco para a população britânica continua sendo considerado baixo.
A mais recente pneumonia atípica é causada por um vírus da família coronavírus. No mundo, foram diagnosticados onze casos da doença desde os primeiros diagnósticos, no fim do ano passado. Cinco pacientes morreram.
Na Grã-Bretanha, onde três casos foram registrados, duas pessoas que contraíram o vírus haviam viajado do Oriente Médio para a Europa.
"A confirmação de uma nova infecção pelo coronavírus em uma pessoa sem histórico de viagem para o Oriente Médio sugere que ocorreram transmissões pelo contato pessoal", disse o chefe do departamento de doenças respiratórios da agência sanitária britânica, John Watson. Ele acrescentou que este tipo de transmissão também se deu na Grã-Bretanha.
Os médicos possuem evidências de que já houve contaminação pelo contato humano no Oriente Médio, mas esta informação não havia sido confirmada.
"Embora este caso nos dê forte evidências de transmissão por contato pessoal, o risco de infecção na maior parte das circunstâncias ainda é considerado muito baixo", disse a autoridade britânica.
Segundo os médicos, o terceiro paciente a contrair a doença no país possui problemas de saúde que podem ter aumentado a sua vulnerabilidade.
Logo após os primeiros diagnósticos da nova gripe, a OMS ressaltou, através de seu Twitter e sua página na internet, que o vírus é semelhante mas não igual ao da Sars, e considerou "prematura" a sugestão de que a doença seja "a próxima crise de saúde global".