Entre as empresas que já oferecem PBM aos funionários
estão a Petrobras, Unilever, Nestlé, Oi e IBM
Avaliação divulgada no início deste ano pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) aponta que os remédios
comercializados no Brasil, entre 2004 e 2011, tiveram um custo 35%
menor para os consumidores do que o sugerido pelos fabricantes. O
feito se deu graças à Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos (CMED), criada em 2003, justamente para monitorar os
preços dos remédios comercializados no país, de acordo com regras
pré-estabelecidas. No entanto, apesar desse avanço, pesquisa
divulgada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE) revela que o gasto com a saúde está entre as
quatro maiores despesas das famílias brasileiras – junto com
habitação, alimentação e transporte.
Num país em que grande parte da população enfrenta enormes
dificuldades para ter acesso a cuidados médicos e onde os
investimentos públicos na área da saúde parecem cada vez mais
escassos, a participação do setor privado se torna cada vez mais
importante e indispensável. Cientes disso, grandes empresas já
aderiram ao PBM – Programa de Benefício em Medicamentos, que
oferece aos seus funcionários subsídio para a compra de remédios em
uma rede de farmácias credenciadas, garantindo cobertura que pode
chegar a até 100% do valor – embora a média praticada seja de 53%.
Entre as empresas que já oferecem este benefício para os seus
funcionários estão a Petrobras, Unilever, Nestlé, Oi e IBM.
Porém, mesmo tendo grandes empresas já adeptas do PBM, o
conceito ainda não é muito conhecido no Brasil. Hoje, pouco mais de
2 milhões de empregados recebem subsídio das empresas onde
trabalham para a compra de medicamentos. Nos Estados Unidos, onde o
subsídio é oferecido a funcionários desde a década de 1980, já são
mais de 200 milhões de beneficiários. No entanto, há uma grande
expectativa de que o número de beneficiários no Brasil cresça
consideravelmente nos próximos anos, atingindo a marca de 20
milhões até 2017. A própria difusão do PBM, o aumento da
importância de benefícios para o orçamento dos funcionários e os
possíveis incentivos fiscais que podem vir a ser concedidos pelo
governo devem contribuir para isso.
Todos saem ganhando. O funcionário passa a ter mais condições de
seguir o tratamento medicamentoso prescrito pelo especialista e,
consequentemente, a cuidar melhor da sua saúde; a empresa passa a
contar com funcionários mais produtivos, diminui o número de
absenteísmo e de diversas despesas com a saúde dos empregados; o
governo também reduziria gastos, como, por exemplo, os do Instituto
Nacional de Seguridade Social (INSS), com problemas de saúde da
população e com os afastamentos provocados por doenças do trabalho.
De janeiro a novembro do ano passado, só para apoiar profissionais
que nunca mais poderão exercer normalmente suas atividades, o INSS
desembolsou mais de R$ 30 bilhões.