A Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) está de olho nas "filas de espera", que chegam a dois meses,
para atendimento de profissionais como ginecologistas e
neurologistas, via convênios médicos. A ANS iniciou uma pesquisa,
que vai até o próximo dia 5, em que as operadoras de planos de
saúde compulsoriamente deverão enviar dados sobre o tempo que levam
para autorizar procedimentos demandados pelos consumidores. O
próximo passo será criar um grupo técnico para discutir uma regra
definindo o tempo máximo para essa espera. No Brasil, são 43,1
milhões de usuários de planos de saúde. Em Pernambuco, há 1,1
milhão.
Em março passado, às vésperas de deixar a presidência da agência
reguladora, o ex-titular da ANS, Fausto Santos, adiantou que o
órgão já estudava uma norma para amenizar a demora, que virou
recorrente no mercado. Ele admitiu distorções na saúde privada, em
especial o fato de os médicos e profissionais da área darem
preferência a atendimentos particulares, em detrimento de
consumidores de planos.
Na ocasião, o presidente da Associação Brasileira de Medicina de
Grupo (Abramge Nordeste), Flávio Wanderley, afirmou que a demora
nos atendimentos seria fruto de decisões dos próprios médicos, que
preferem estabelecer cotas para os clientes de planos, com
remuneração mais baixa, justamente para deixar mais espaço na
agenda para pacientes particulares, que pagam o valor integral da
consulta.
Para a presidente da Associação de Defesa dos Usuários de Seguros,
Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps), Renê Patriota, o maior
problema é o modo como os planos estruturam suas redes de
atendimento, que em geral passaram a dar preferência à chamada rede
preferencial. Ou seja, criaram consultórios próprios para atender a
seus clientes, com uma rede auxiliar de profissionais bastante
enxuta.
Através da pesquisa com as operadoras, a agência reguladora vai
mapear o passo a passo das liberações de coberturas, desde o
momento em que as empresas autorizam os procedimentos solicitados
pelos consumidores até a realização efetiva da prestação dos
serviços.
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