O tratamento da obesidade e de doenças relacionadas ao excesso de peso gera um custo de R$ 488 milhões de reais por ano ao governo. É o que mostra um estudo feito pela Universidade de Brasília (UnB) e apresentado nesta terça-feira (19) pelo Ministério da Saúde, em Brasília.
O levantamento traz uma metodologia nova, que calcula os riscos atribuíveis à obesidade em problemas de saúde como câncer e doenças cardíacas. O maior custo - de R$ 166 milhões ao ano - refere-se à doença isquêmica do coração (que inclui o infarto). Em seguida, aparece o câncer de mama, com cerca de R$ 30 milhões, e, em terceiro, o diabetes, com cerca de R$ 27 milhões.
O total também inclui os gastos diretos com o tratamento da obesidade. As cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), por exemplo, geram um custo de R$ 32 milhões ao ano para o governo, segundo a pesquisa.
Cerca de 15% da população brasileira sobre de obesidade. "Este é o momento de agir, se não quisemos alcançar níveis como o dos EUA, que têm 30% de obesos", comentou o ministro Alexandre Padilha, durante a apresentação dos dados. Ele também mencionou que o índice passa de 25% no Chile e de 20% na Argentina.
Segundo Padilha, um quarto do total gasto com a obesidade e suas consequências no país refere-se aos obesos mórbidos. Isso significa que essa população, que representa 1% dos brasileiros, gera um investimento 60 vezes maior que a de obesos.