Um estudo realizado pelo Instituto do Coração (InCor), pela Faculdade de Medicina (FMUSP) e pelo Instituto de Química (IQ) da USP apresentou uma novidade no tratamento contra insuficiência cardíaca. Pacientes em estágio avançado exalam na respiração uma quantidade maior da substância acetona do que as pessoas saudáveis, o que pode ser um indicador da gravidade da doença.
O estudo se baseou na coleta de amostras de ar, usando um dispositivo que permite misturar a substância contida no ar dos pacientes a uma pequena quantidade de água. Depois de coletada, a amostra foi levada para exame no Instituto de Química da USP, para análise em laboratório.
Dos cem pacientes avaliados, nove fizeram transplantes. Nos transplantados, a dosagem de acetona foi realizada antes e depois do transplante. Em todos eles, o nível da acetona caiu para níveis equivalentes ao da normalidade.
"Isto acaba indicando, de certa maneira, que tirar um coração doente e colocar um novo fez com que essa produção não mais ocorresse. Inúmeros outros fatores podem estar envolvidos, mas é uma pista de que o tratamento definitivo pode ser muito benéfico para o paciente", diz a médica do Incor, Fabiana Marcondes.
A expectativa é que o estudo traga benefícios aos pacientes com insuficiência cardíaca.