O governo chinês divulgou nesta segunda-feira (22) que a gripe aviária H7N9 já matou 21 pessoas no país e infectou 104 pessoas. As informações são da Comissão Nacional de saúde e planejamento da família, divulgadas pela rede estatal de notícias Xinhua.
Embora não esteja claro como as pessoas estão sendo infectadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que não há nenhuma evidência do cenário mais preocupante, de transmissão sustentada entre pessoas.
Uma equipe internacional de especialistas liderada pela OMS realizou investigações de campo sobre a resposta ao vírus em Xangai, onde muitos casos têm ocorrido, disse Keiji Fukuda, diretor-geral-adjunto da OMS para saúde, segurança e meio ambiente.
"Neste momento estamos no meio do nosso trabalho. Nós não chegamos a qualquer conclusão final, e acho que é muito cedo para dizer", afirmou Fukuda para os jornalistas.
Segundo a agência Reuters, outras cepas de gripe aviária, como a H5N1, têm circulado por muitos anos e podem ser transmitidas de ave para ave e de aves para humanos, mas geralmente não passam de humano para humano.
Mas Ho Pak-Leung, professor associado do Departamento de Microbiologia da Universidade de Hong Kong, observou no British Medical Journal (BMJ) que nos dois primeiros meses desde que foi detectada, a gripe H7N9 já resultou em quase duas vezes o número de infecções confirmadas na China do que o H5N1 há uma década."O H7N9 é muito mais transmissível aos seres humanos, e é muito mais difícil de rastrear", disse ele no BMJ. E acrescentou: "Nós não entendemos por que é tão difícil de encontrar."
O representante da OMS na China, Michael O'Leary, divulgou na sexta-feira dados que mostram que metade dos pacientes analisados não teve qualquer contato com aves, a possível fonte mais óbvia da doença, mas ele disse que a transmissão entre humanos aparentemente é rara.