Pesquisadores dos Estados Unidos conseguiram dar um passo
importante para desenvolver uma vacina contra a gripe que possa
valer por um período mais longo e proteger contra as diferentes
versões dos vírus.
A cada ano, diante da rápida mutação do H1N1 - responsável pela
versão mais grave da influenza -, laboratórios precisam produzir
novas vacinas para tentar frear as epidemias, como a que atinge São
Paulo desde abril e já matou 30 pessoas no ano na capital e pelo
menos 55 no Estado.
No trabalho publicado na edição de quinta-feira, 23, da revista
científica Nature, cientistas do Instituto Nacional de Alergias e
Doenças Infecciosas desenvolveram uma vacina que, em testes feitos
com animais, teve um desempenho superior às equivalentes do
mercado.
O grupo, liderado pelo pesquisador Gary Nabel, fundiu uma
proteína viral imunogênica com uma proteína que armazena ferro para
criar uma nanopartícula. Aplicada em furões, a substância foi capaz
de neutralizar diversas cepas de influenza.
Universal
Ao contrário das vacinais atuais, que atacam a variante do vírus
que estiver circulando no momento, o modelo criado pelos
pesquisadores trabalha estimulando a produção de anticorpos
neutralizantes que se ligam a partes dos vírus que são comuns a
diferentes cepas. Pode ser o caminho para a tão desejada vacina
universal contra a gripe.
Mesmo se não levar à vacina universal, o modelo pode servir para
o desenvolvimento mais rápido de novas vacinas para novos surtos
epidêmicos. Isso porque ela não depende, como ocorre com as vacinas
tradicionais, de desenvolver o vírus em ovos de galinha em
laboratório.