Depois de noticiada a informação da Secretaria de Estado da Saúde de que o número de mortos em decorrência da gripe A (H1N1) havia aumentado em quatro vezes em São Paulo no primeiro semestre de 2013, o órgão rebateu os dados divulgados ao afirmar que houve queda de 85,4% de maio a junho deste ano. O número de casos confirmados caiu, conforme balanço, no último mês de forma “brusca”, passando de 679 para 162.
Mais cedo, a agência de notícias Estadão Conteúdo informou que o número de pessoas que morreram em decorrência da gripe A (H1N1) quadruplicou nos últimos 51 dias em todo o Estado. O total de mortes apuradas passou de 55, em 12 de maio, para 215, registrando alta é de 290%. Em todo o Brasil, o vírus já matou pelo menos 339 pessoas somente nos primeiros meses desse ano.
No entanto, a Secretaria afirma, em nota oficial divulgada no início da tarde desta quarta-feira, que o número de óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) relacionados ao vírus influenza A (H1N1) caiu. Em maio, foram registrados 137 mortes em São Paulo e no mês passado esse número caiu para 20.
Conforme classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), o vírus influenza A (H1N1) é classificado como gripe comum, assim como outros tipos de vírus de gripe circulantes no Estado (A sazonal e B sazonal). Portanto, os casos não são de notificação compulsória. Apenas os casos graves, caracterizados como SRAG, são notificados. Neste ano, há o registro de 1.307 casos de SRAG confirmados para gripe influenza A (H1N1).
Entre os confirmados, 259 óbitos foram relacionados ao vírus influenza A (H1N1) e 26 ao vírus influenza sazonal (A ou B). É importante ressaltar que entre todos os óbitos confirmados para SRAG, cerca de 70% deles os pacientes apresentavam algumas doenças crônica, como diabetes e hipertensão. Mais da metade dos casos (60%) e óbitos (50%) ocorreu na Grande São Paulo, principalmente no município de São Paulo.
Na região
Apesar de Secretaria de Saúde de não fornecer dados atualizados, o último balanço, apurado por A Tribuna na semana passada, aponta que as nove cidades da Baixada Santista, ao todo, já somam 10 mortes confirmadas. São 55 casos e ainda há 22 sob suspeita (aguardando resultados de exames). A maior concentração de pessoas com o vírus está em São Vicente, com 16 doentes.
Na região, a gripe A H1N1 fez mais duas vítimas fatais recentemente. Em Santos, a morte de menino de 3 meses, também com cardiopatia congênita, foi confirmada por exames laboratoriais. A outra vítima fatal é de Mongaguá. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, dos pacientes que morreram, 70% apresentavam alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão. A maior concentração dos casos (448) e óbitos (64) ocorreu na Grande São Paulo.
Medicação
Em todo o Estado, ainda de acordo com a secretaria, foram distribuídos cerca de 5,5 milhões de doses do antiviral Oseltamivir, conhecido como Tamiflu, para os municípios paulistas. O abastecimento do medicamento é destinado aos pacientes com SRAG e poderá ser prescrito pelo médico responsável pelo atendimento nas unidades de saúde de cada município.
De acordo com a Divisão de Doenças Respiratórias da Secretaria, a recomendação à população é que procure o serviço de saúde mais próximo sempre que a síndrome viral caracterizar-se por um quadro de febre, tosse, dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: dores nas articulações, dores musculares ou dor de cabeça.
Para que o Oseltamivir tenha o efeito desejado, a recomendação é de que seja prescrito em até 48 horas após o início dos sintomas da gripe aguda. A droga diminui a carga viral no paciente, diminui a duração dos sintomas, melhora o prognóstico da doença e impacta diretamente na diminuição no número de casos de óbitos, principalmente, em pacientes portadores de doenças crônicas.
Entre as recomendações, estão: lavar a mão várias vezes ao dia, cobrir a boca com um lenço ou a mão quando for tossir, buscar sempre ambientes arejados, evitar ir trabalhar quando estiver com sintomas da gripe para não transmitir a doença, e procurar orientação médica imediatamente. Boa alimentação e hidratação diária também são indispensáveis. É importante que o paciente procure orientação médica na unidade de saúde mais próxima de sua casa.