A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (13) em Itapira (SP) que a falta de médicos no Brasil é um desafio de todo o país e afeta até o estado mais rico, São Paulo. Dilma deu números sobre as incrições do programa Mais Médicos."Em 700 municipios não há um único médico, em 1.900 há menos de um médico por 3 mil habitantes. 3511 municipios se inscreveram [no Mais Médicos] e demandaram mais de 15 mil médicos. Aqui em São Paulo, 309 municipios aderiram, quase a metade dos 645 do estado, e pediram mais de 2 mil médicos. Esses números mostram que a falta de médicos é nacional e que afeta mesmo o estado mais rico do país", disse.
O Mais Médicos teve demanda de 15.460 médicos para 3.511 cidades. Só 938 profissionais brasileiros (6% do total) foram selecionados na primeira rodada, número que deve aumentar com as próximas etapas de seleção. Os candidatos formados no exterior para os quais já houve definição de município são 715: 194 brasileiros que estudaram fora do Brasil e 521 estrangeiros.
O foco do Mais Médicos é na atenção básica, ou seja, consultas, tratamento de doenças e prevenção. Procedimentos mais complexos como cesarianas e cirurgias ficarão a cargo de outros médicos, que fazem o chamado atendimento secundário.Para a presidente, "sem médicos não há saúde de qualdiade". "Queria dizer que saúde de qualidade requer também não só a existência de medicamentos, mas também a importância de equipamentos de saúde, UPAs e também médicos para fazer o diagnóstico. Sem médicos não há saúde de qualidade. E esse é o desafio que temos que enfrentar", afirmou.Dilma participou da inauguração da nova planta de biotecnologia do laboratório Cristália e da expansão da fábrica de medicamentos oncológicos, no município de Itapira.A nova ala da indústria farmacêutica será utilizada para fabricação de medicamentos de combate ao câncer e também do tratamento de doenças, como a Aids e a hepatite.
Em seu discurso, Dilma também disse que o Brasil deve continuar investindo em inovação."Nós consideramos que hoje o Brasil tem que dar esse passo na política de desenvolvimento, significa que temos que nos capacitar. Isso não implica em xenofobia ou uma política de não importar mais, mas implica na capacidade do Brasil de produzir mais", afirmou.