"Eu penso que 2030 é uma meta viável para dizer que chegamos ao fim da epidemia", revelou Luis Loures, o diretor-executivo-adjunto da Unaids, programa da Organização das Nações Unidas destinado a combater a Aids. Luis está no Panamá para discutir com agências das Nações Unidas na América Latina novas estratégias para combater a doença. "O HIV vai continuar existindo, mas não no nível epidêmico como temos hoje", disse Loures, durante um encontro com jornalistas da agência France-Presse no país.
Segundo dados da Unaids, a cada ano acontecem 3 milhões de novos casos de infecções por HIV no mundo, sendo que 1,7 milhão de pessoas morrem anualmente. No entanto, com os avanços recentes no combate à doença, esse número pode mudar.
Ainda segundo a organização o número de novas infecções anuais caiu em 20% na última década. Em uma lista com 25 países específicos, sendo 13 deles da África subsaariana, a queda foi de 50%. Já o acesso aos tratamentos para a síndrome aumentou 60% em dois anos.
O acesso maior aos medicamentos e a queda em seu custo são fatores que contribuem com a queda dos números. Vinte anos atrás, o tratamento uma pessoa com HIV custava em média 17 mil dólares por ano. Atualmente, esse valor é apenas 150 dólares. Outro motivo é o fato de pessoas com HIV começarem a se tratar cada vez mais cedo, o que atrasa o surgimento da doença.
Segundo Luis Loures o desafio atual no combate à doença é atingir grupos vulneráveis, como homossexuais masculinos, trabalhadores sexuais e consumidores de drogas, que têm acesso restrito aos tratamentos por medo de discriminação. "Se não conseguirmos controlar a epidemia nesses grupos, a Aids continuará conosco", conclui.