Mais de três mil novas vagas de residência médica serão criadas a partir do ano que vem. O anúncio foi realizado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta terça-feira (17). A expansão das bolsas para especialistas em Medicina faz parte da meta de universalizar as vagas de residência para todos os graduados até 2018. "É uma meta ousada", admite Padilha.
Entre as novas bolsas para residentes em medicina resultado do edital deste ano, 2.145 fazem parte de novos programas de residência e outras 1.450 são novas bolsas para ampliação de vagas de programas já existentes. Somada ao total de bolsas já financiadas pelo Ministério da Saúde, a oferta chegará a 6,4 mil bolsas.
O objetivo é atingir a meta do programa Mais Médicos de criar 12,4 mil vagas também até 2018. Com um orçamento de R$ 262,8 milhões, serão financiadas este ano 3,6 mil novas vagas em 91 especialidades e áreas de atuação. Também haverá acréscimo de 1.086 na oferta de vagas para residência multiprofissional para as 13 outras profissões da saúde e física médica.
Além de financiar as bolsas, o Ministério cobrirá a contrapartida dos hospitais filantrópicos das bolsas financiadas pelos governos estaduais. A ampliação das vagas no setor filantrópico estaria travada pela dificuldade de ter verba para financiar parte das bolsas, visto que o Estado se responsabiliza por 85% dos custos. A contrapartida dos hospitais equivale a 15% do valor de cada bolsa.
Os programas com os novos residentes começam em março, após a aprovação das vagas pela Comissão Nacional de Residência Médica e divulgação de novo edital pelas instituições.
A bolsa será no valor de R$ 2.976,26 nas especialidades da Medicina com maior demanda no SUS (Sistema Único de Saúde). Na área da Medicina, são 20 especialidades, entre as quais: clínica médica (598), pediatria (339), obstetrícia e ginecologia (314), cirurgia geral (293), medicina de família e comunidade (287), anestesiologia (202), ortopedia e traumatologia (176) e cardiologia (157).
Distribuição
A maior parte das novas bolsas de residência médica ofertadas está na região Sudeste (2.278), o que se deve à maior infraestrutura na região, um dos critérios para a concessão das bolsas. Em seguida vem a região Sul, com 591 bolsas. Depois vem o Nordeste, com 474. O Norte terá 182 bolsas. E o Centro-Oeste, 88.
"Metade dos residentes que fazem a especialidade em instituições no Estado de São Paulo retornam para seus Estados de origem. Portanto, a ampliação de vagas em São Paulo terá resultado nacional na ampliação de especialistas", explicou Mozart Sales.
Das 691 bolsas dentro da nova regra, 421 vão para o Sudeste, 132 para o Sul, 118 para o Nordeste, 14 para o Centro-Oeste e 6, para a região Norte.