A
máxima “não se gerencia o que não se mensura” cabe perfeitamente no
caso da saúde brasileira, pois é difícil se estimar os desperdícios
cometidos pelo setor. A falta de automação e informatização da TI
brasileira acaba colaborando para o aumento do desperdício. De
acordo com o estudo “Fontes de desperdício de recursos no sistema
de saúde americano”, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar
(IESS), a tecnologia é aliada na hora de combater os gastos,
sobretudo, os administrativos.
A
pesquisa mostra que a automação de atividades administrativas, como
o preenchimento de guias, integração e padronização de rotinas,
formulários de pagamento e simplificação das exigências
regulatórias poderiam reduzir os gastos do setor entre US$ 168
bilhões e US$ 180 bilhões por ano. Estes recursos estão
relacionados principalmente as horas de trabalho que médicos,
enfermeiros e funcionários administrativos gastam em atividades de
interação com as seguradoras e programas públicos de saúde, como
pedidos de pagamento e de autorização para
procedimentos.
No
Brasil, calcula-se que os gastos administrativos equivalham a 12,8%
da receita das operadoras de planos de saúde, no setor privado, e a
12,5% do orçamento total da União para as atividades públicas de
assistência à saúde.
De
acordo com o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto
Carneiro. Tanto no setor privado como o público é necessário
mensurar os desperdícios da melhor forma usando tecnologia e com
base na informação fazer melhor gestão. “Se nos Estados Unidos isso
é de 20% a 30 % do PIB, no Brasil, pelo menos 20% do nosso gasto
com saúde o Brasil deve ser desperdício. Há muito para reduzir,
pois como sabemos não conseguimos gerenciar o que não mensuramos
primeiro”, afirmou.