Meninas entre 11 e 13 anos são o público alvo. Lançamento reuniu Chioro, Alckmin e Haddad em São Paulo
A presidenta Dilma Rousseff participou na segunda-feira (10) do lançamento da campanha nacional de vacinação contra o HPV. Meninas de 11 a 13 anos vão ser vacinadas em postos de saúde e escolas públicas e privadas. A meta do Ministério da Saúde é imunizar 80% do público-alvo, formado por cerca de 5,2 milhões de garotas.
O vírus HPV é o principal causador do câncer de colo de útero. Segundo a presidenta, com a campanha, “estamos garantindo que as meninas sejam mulheres saudáveis”.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também participaram da cerimônia e aplicaram as primeiras doses da vacina em estudantes do Centro de Ensino Unificado Butantã (CEU-Butantã), na zona oeste da capital paulista. Ambos são médicos.
Giovana Assis, 11 anos, estudante da 5ª série, recebeu a dose e relatou ter sentido um “pouquinho de dor” no braço após a aplicação. “É para eu não pegar câncer”, disse. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também esteve no evento.
De acordo com o ministro da Saúde, estima-se que 270 mil mulheres no mundo morrem devido ao câncer de colo do útero. No Brasil, cerca de 4,8 mil mulheres morreram por causa da doença no ano passado.
“O HPV é um vírus que passa de pessoa para pessoa por meio da pele e das mucosas durante o ato sexual. Na maior parte dos casos, esta infecção se cura. Só que em uma parte significativa de casos, e é por isso que o HPV é um problema de saúde pública, a gente tem risco muito grande de desenvolvimento do câncer e de outras lesões importantes”, explicou o ministro.
Durante o evento, Chioro alertou as estudantes para o fato de que só tomar a vacina não é suficiente para evitar o HPV. “A vacina é muito importante, mas em segundo lugar, quando, na hora certa, de forma responsável e segura, iniciar a atividade sexual, tem que usar a camisinha. Em terceiro lugar, quando tiverem 25 anos é preciso fazer o exame preventivo de papanicolau”.
A vacina é resultado de uma parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório Merck Sharp & Dohme (MSD), atual produtor da vacina e que vai transferir a tecnologia para a produção nacional. O Ministério da Saúde investiu R$ 465 milhões na compra de 15 milhões de doses para este ano, quantidade suficiente para imunizar 5 milhões de adolescentes.
Dilma Rousseff destacou que a aquisição das doses e a transferência de tecnologia reduzem a dependência do país em relação a medicamentos. “Isso gera saúde para as meninas e emprego para os adultos. Gera saber no Brasil porque vai gerar nossa capacidade de nos apropriar de tecnologia. E gera independência em relação a remédios e vacinas estratégicos para o país”, disse a presidenta.
Segundo o laboratório MSD, a vacina previne contra quatro tipos de HPV, dos tipos 6 e 11, responsáveis por verrugas genitais; e dos tipos 16 e 18, responsáveis por lesões pré-cancerosas e cânceres de colo do útero, vagina, vulva e ânus. Esses quatro tipos respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero em mulheres.
Para estar imunizada contra o HPV, cada menina receberá três doses da vacina: a segunda dose deve ocorrer seis meses após a primeira. Já a terceira dose, cinco anos depois.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo pretende imunizar 808,3 mil meninas. Segundo o órgão, entre os dias 10 de março e 10 de abril, cinco mil postos de saúde, com horário de funcionamento das 8h às 17h, estarão abastecidos com as vacinas contra o HPV para a aplicação da primeira dose. A vacinação também poderá ocorrer em escolas, conforme critério estabelecido por munícipio paulista.