Uma pesquisa que realizamos no ano passado com 200 pessoas das classes A a D mostrou que, em média, 42% da renda dos entrevistados está comprometida com dívidas.
Para essas pessoas, não sobra dinheiro para nada além do essencial. A qualidade de vida delas está comprometida, pois quem se endivida é obrigado a abrir mão de uma série de outras despesas consideradas supérfluas para equilibrar as finanças.
O endividamento é um problema muito sério. Porém, a solução para contorná-lo é bem simples. O primeiro passo é ter consciência e não gastar mais do que se ganha. Depois, é se organizar fazendo um orçamento familiar bem definido, discriminando muito bem todas as receitas e gastos.
Fazer um orçamento mensal vai lhe ajudar a ter uma perspectiva clara de suas finanças. Assim, você poderá estabelecer prioridades e cortar os supérfluos que pesam no seu bolso.
Para um bom planejamento financeiro, é fundamental controlar o impulso pelo consumo (ainda mais em tempos de crédito fácil) e fugir ao máximo do endividamento.
O primeiro passo é registrar, com o maior detalhamento possível, os tipos de gastos, os valores e as datas em que eles costumam ocorrer. Muitas vezes não consideramos custos pequenos, como um lanche ou um ida à farmácia, mas eles podem representar uma quantia considerável no fim do mês.
Crie categorias e subcategorias, e preencha-as em uma planilha. Um método útil para medir sua disciplina é ver o quanto deseja gastar em cada categoria e, depois, acompanhar o quanto gastou. Isso fará você pensar se deve ceder quando estiver tentado a comprar algo.
PLANEJE OS GASTOS DO MÊS SEGUINTE
Estabelecer um orçamento com base em um mês específico não reflete a realidade da melhor forma, já que os rendimentos e as despesas não são iguais em todos os meses. Você pode receber um salário fixo todo mês, mas as férias e uma possível restituição do Imposto de Renda são pagos uma vez ao ano. As despesas também variam: enquanto a prestação do crédito imobiliário ou o aluguel são pagos mensalmente, seguros, taxas e impostos são pagos anualmente.
Por isso, o ideal é fazer todo final de mês seu planejamento de gastos do mês seguinte, levando em conta receitas ou despesas que você possa vir a ter.
Após listar os gastos, classifique-os em fixos, semifixos e variáveis. Condomínio, plano de saúde, TV por assinatura e escola dos filhos são despesas fixas – o valor normalmente é o mesmo durante o ano, e só muda se você trocar o fornecedor do serviço. Já os gastos semifixos são os de supermercado e contas de luz e telefone – eles aparecem todo mês, mas com variações, e só diminuem com o seu controle.
E as despesas variáveis se dão com roupas, calçados, restaurante, cinema e viagens – gastos em que você tem maior flexibilidade.
MUDE SEUS HÁBITOS – E PARA MELHOR
Analise com cuidado seu orçamento antes de consumir. Programe os gastos e pague tudo integralmente, para não se endividar. Pague as contas em dia para evitar multas. Negocie suas dívidas. Faça uma poupança para eventuais problemas financeiros. Não considere o limite do cheque especial como parte da renda, já que os juros são salgados.
Não entre no rotativo do cartão. Vá ao supermercado com uma lista pronta – e não se deixe levar pelas ofertas, se não estiver realmente precisando do produto. Acompanhe seus gastos pelo menos uma vez por semana. Avalie e possibilidade de ter outras fontes de renda – um hobby pode se transformar em uma renda extra.
E, por fim, fique atento ao gasto de energia elétrica: a conta de luz pode ser uma grande vilã em qualquer orçamento. Para organizar sua vida financeira, use os simuladores disponíveis no site da Proteste.