Evento aconteceu no Rio de Janeiro e reuniu executivos e especialistas do setor de todo o mundo
Os desafios e os novos investimentos do mercado brasileiro de resseguro, o impacto da criação da Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias (ABGF), a estatal de seguros, e os riscos cibernéticos no Brasil e no mundo foram alguns dos destaques durante o 3º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro, que terminou ontem, 9 de abril, no Rio de Janeiro. O evento foi realizado pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg)em parceria com a Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber), Associação Brasileira das Empresas de Corretagem de Seguros (Abecor) e Escola Nacional de Seguros.
Entre os presentes, o diretor executivo da ABGF, Marcelo Franco, o sócio da JLT, Harry Owen, o procurador de justiça do Ministério Público de São Paulo, Roberto Tardelli, o vice-presidente da Odebrecht Corretora, Luis Claudio Barretto, o diretor da CNseg, Luiz Tavares Pereira Filho, o secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Henrique de Oliveira, o novo superintendente da Susep, Roberto Westenberger, e o secretário do Governo do Estado, Julio Bueno.
Segundo Luiz Tavares, da CNseg, o processo de abertura do mercado de resseguro aparentemente começou há pouco tempo, mas já se fazia urgente em 1996. “Foi um processo demorado, mas exitoso. Estamos crescendo e a realização de um evento como este demonstra o desenvolvimento do setor”, explica.
O presidente da Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber), Paulo Pereira, enfatizou o rápido crescimento do setor. “Em 2008 o mercado de resseguros no Brasil tinha apenas uma empresa e em seis anos já somos 115, todas com muito apetite de negócios”, avalia, destacando ainda as muitas oportunidades que chegam para o segmento, principalmente, no Rio de Janeiro como polo de resseguros no país.
O superintendente da Susep, Roberto Westenberger, destacou que o 3º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro é o primeiro evento público do qual participa após a sua posse no cargo, ocorrida no dia 28 de março. Ele comentou a importância do resseguro para o país, frisando que é o grande indutor da indústria de seguros brasileira em relação a ideias e produtos. Ainda de acordo com o superintendente, uma das ações da autarquia será a de dar respaldo não somente à criação de grandes produtos, mas também buscar solução para os chamados riscos declináveis.
Já o secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Henrique de Oliveira disse estar animado com as perspectivas do mercado. “Estamos seguindo uma política consistente com a desmonopolização, a privatização do IRB e a adoção de medidas para que os grandes resseguradores venham para o Brasil”, acrescentou.
Seguros na rede
Com a maior exposição global aos cybers risks, as seguradoras brasileiras se preparam para a alta demanda pelo seguro de riscos cibernéticos em 2014. O representante da Beazley Syndicate, Alessandro Lezzi, afirmou que as empresas brasileiras estão aprendendo a lição da importância do produto com o mercado norte-americano.
Segundo ele, hoje 20 milhões de dados são hackeados e a perdas na Europa podem chegar a 400 bilhões de euros. “Hoje, a média de perda com riscos cibernéticos é de 2 milhões de euros, um valor que pode até tirar uma empresa do mercado”, explica.
Petróleo em alta
O subscritor de riscos de petróleo do IRB, Elias Cosmo, afirmou que as expectativas voltadas para o setor de petróleo e gás são as melhores possíveis. “Hoje, o risco para as empresas é muito alto. Em único evento catastrófico em uma plataforma pode-se perder US$ 4 bilhões”, afirmou.
Segundo Cosmo, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) estimou que, até 2016, mais 15 postos exploratórios serão efetivados, um total de US$ 2 bilhões em investimentos. “Há um grande foco no Brasil e um aumento do apetite pelos riscos brasileiros. A tendência é de crescimento especialmente pela visão de longo prazo no setor”, explicou.