Participam
cirurgiões, anestesistas, intensivistas, pediatras e profissionais
do SAMU das cidades-sede
Médicos de diversas cidades-sede da Copa do Mundo
– inclusive os que atuam diretamente nos estádios – estão usando um
grupo no Whatsapp (aplicativo de mensagens para celular) com o
intuito de compartilhar informações e experiências durante o
mundial. A maioria dos profissionais são cirurgiões, intensivistas,
anestesistas e pediatras da rede pública e do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“A
partir de Santa Maria [incêndio na boate Kiss], a gente viu que os
recursos que temos hoje são importantes para mobilizar equipes em
diferentes locais. A estratégia acaba levando a um aprendizado para
todos os profissionais que participam dessa rede”, explicou Gustavo
Fraga, presidente da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado
ao Traumatizado, em entrevista à Agência
Brasil.
Segundo Fraga, ao final de cada jogo os
profissionais compartilham, por exemplo, o número de atendimentos
realizados e a quantidade de pacientes que precisaram ser removidos
para um hospital. A maioria dos casos registrados, segundo ele,
apresenta dor de cabeça associada à pressão alta, intoxicação,
diarreia e consumo de álcool em excesso.
Apesar da baixa demanda por atendimento de
pessoas envolvidas em pequenos conflitos, o grupo permanece alerta
para acompanhar o jogo de quarta-feira (25) entre Argentina e
Nigéria, em Porto Alegre (RS). O motivo: o grande número de
torcedores argentinos e a rivalidade entre o país vizinho e o
Brasil.
“Nosso grupo está montado e continua até o final
da Copa. A ideia é mantê-lo ativo mesmo depois disso, para casos de
atendimento em desastres ou acidentes com múltiplas vítimas”,
disse. “Afinal, a Copa vai passar, mas os problemas na saúde vão
continuar. E os legados na área da saúde vão ser pequenos em
relação aos demais”, concluiu.