As consequências da exploração desordenada dos recursos naturais não passam despercebidas pelas empresas de seguros.
Visando proteger e reparar as consequências das atividades das empresas e pessoas e que causam impactos negativos à fauna, flora e recursos naturais, a indústria de seguros esforça-se para desenvolver coberturas e contratos que possam amparar tais necessidades.
Esse movimento, originado da indústria securitária, denominou-se Princípios para Sustentabilidade em Seguros (em inglês, sob a sigla PSI), sendo esta uma contribuição do segmento para a construção de uma economia mais verde.
Os PSI consistem de um plano globalizado de ações em larga escala, orientado para o gerenciamento de risco e soluções criativas em seguros, visando a garantia de recursos energéticos renováveis, alimentos seguros, manutenção dos recursos hídricos e comunidades tanto resistentes a desastres naturais quanto sustentáveis.
O conjunto mundial das empresas de seguros, previdência privada, saúde e capitalização que optaram por incluir o conceito da sustentabilidade nas suas atividades, amparadas na movimentação de trilhões de dólares, dada sua natureza de investimentos de longo prazo, são capazes de planejar as ações necessárias a esse desenvolvimento sustentável. Desenvolvidos pela Iniciativa Financeira do Programa para o Meio Ambiente das Nações Unidas, os PSI são uma estrutura para o mercado de seguros global tratar de riscos e oportunidades ambientais, sociais e de governança.
São em número de quatro os princípios:
1 – Incluir no processo de tomada de decisão questões ambientais, sociais e de governança que sejam relevantes para a atividade em seguros.
2 – Trabalhar em conjunto com os clientes e parceiros comerciais para aumento da conscientização sobre questões ambientais, sociais e de governança, gerenciamento de riscos e desenvolvimento de soluções.
3 – Trabalhar em conjunto com governos, órgãos reguladores e outros públicos estratégicos para promover ações amplas na sociedade sobre questões ambientais, sociais e de governança.
4 – Demonstrar responsabilidade e transparência, divulgando com regularidade e publicamente, os avanços na implementação destes princípios.
De acordo com a Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente / UNEP – FI (United Nations Environment Programme – Financial Institutions), a qual lançou a base dos PSI, este são uma estrutura de adesão por opção e de aspirações, não sendo desenvolvidos para serem legalmente obrigatórios e/ou criarem representações e/ou exigibilidades orientadas à alvos estratégicos.
Os Princípios para Sustentabilidade em Seguros podem ser alicerces sobre os quais a sociedade e a indústria securitária tornem-se capazes de construir um novo e melhorado relacionamento, o qual somado ao conjunto da visão do gerenciamento de riscos – vocação natural do seguro, ampliará o horizonte de visão e os resultados, para todos.
O mundo (mais protegido e saudável) agradece !
Dilmo Bantim Moreira
Presidente do CVG/SP, Diretor de Relacionamento com o segmento de Previdência Privada e Vida da ANSP, atuário, membro da Comissão Técnica de Produtos de Risco da Fenaprevi, instrutor em seguros de Riscos Pessoais e colunista em mídias securitárias.