Montante vai servir para combater surto em Serra Leoa, Guiné e Libéria. Mais de 700 pessoas já morreram desde o início da epidemia
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quinta-feira (31) a criação de um fundo de US$ 100 milhões para combater o surto do vírus ebola na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné. O fundo será criado na sexta-feira (1º) e é uma resposta às 729 mortes causadas pela doença nos três países africanos – 57 delas em apenas quatro dias. Ontem (30), a Comissão Europeia havia anunciado a doação de mais 2 milhões de euros para a luta contra a epidemia
Em comunicado, a diretora-geral da organização, Margaret Chan, disse que a escalada do surto de ebola e a ameaça persistente que representa requerem da OMS, da Guiné, da Libéria e de Serra Leoa elevar a resposta a um novo nível. "E isso vai exigir mais recursos, perícia médica, preparação e coordenação regional”, afirmou.
A Guiné já registrou 460 casos (336 confirmados, 109 prováveis, 15 suspeitos) e 339 mortes e a Libéria, 329 (100 confirmados, 128 prováveis, 101 suspeitos) e 156 mortes. A Nigéria teve somente um registro (caso de provável morte pela doença, ainda por confirmar) até o momento. Em Serra Leoa, de 533 casos notificados, 473 foram confirmados, 38 considerados prováveis e 22 suspeitos). Houve 233 mortes.
Dirigentes da OMS continuam a manter discussões com os doadores, parceiros do desenvolvimento e organizações internacionais para acelerar a resposta ao atual surto de ebola. O foco da discussão, segundo a OMS, está centrado na necessidade de implementar rapidamente recursos humanos e financeiros adicionais que ajudem a travar a transmissão e, consequentemente, o surto da doença.
A OMS e seus parceiros, como o Instituo Pasteur e outros mantêm a parceria com o Centro de Coordenação Sub-Regional para o Surto do Ebola, na Guiné, para acelerar o controle da epidemia. A comunidade internacional já começa a se preocupar com a extensão do surto como um perigo real. Ontem (30), o governo britânico fez reunião de emergência para avaliar a ameaça.
A doença, transmitida por contato direto com sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, causa hemorragias graves. A taxa de mortalidade chega a 90%.