Empresa de produtos médicos se fortalece no País
com centro avançado de tecnologia médica e
pesquisa
Ocupando três andares de um moderno prédio
na Avenida Jornalista Roberto Marinho, zona sul de São Paulo, com
corredores espelhados e vista panorâmica para a Marginal Pinheiros,
a Covidien inaugurou nesta quarta-feira (20/08) seu 1° Centro de
Inovação da América Latina, com foco em pesquisa e treinamento. O
empreendimento, de 3mil m², contou com investimento na ordem de R$
25 milhões.
Repleto de laboratórios que simulam ambientes e procedimentos
hospitalares, a companhia –adquirida
recentemente pela Medtronic – espera capacitar no 1°
ano de operação cerca de 2 mil médicos, entre brasileiros e
latino-americanos, nas seguintes áreas foco: Cirurgia, Vascular e
Respiratória.
Os primeiros grupos devem começar a partir de outubro e o
interesse para o treinamento, que será gratuito, vai ser coordenado
pela área responsável, conhecida como Educação Continuada para
Profissionais da Saúde (PACE). O Centro, batizado de Centro
Covidien de Inovação Brasil (CCI), está completamente
interconectado com os demais, na Turquia (Istambul), Índia
(Hyderabad e Mumbai), Coreia do Sul (Seul) e China (Xangai),
podendo conferências serem realizadas entre eles em tempo
real.
O laboratório de P&D, por exemplo, foi demonstrado aos
visitantes por três engenheiros, um estudante americano do MIT e
outros dois da Índia e Coreia do Sul, o que evidencia também esse
intercâmbio de conhecimento.
Espera-se aumentar a quantidade de médicos – tanto da esfera
pública quanto privada – com técnicas mais modernas para o melhor
tratamento e resultado com cursos de ventilação mecânica,
monitoramento de sinais vitais, procedimentos cirúrgicos e técnicas
de cirurgia minimamente invasiva, entre outros. De acordo com o
diretor e CMO (Chief Medical Officer) global, Michael Tarnoff, das
cirurgias que poderiam ser realizadas por meio de procedimentos
minimamente invasivos, mais de 80% ainda optam por métodos
tradicionais, ou seja, invasivos.
“Entender e ajudar o Brasil a ultrapassar seus desafios da
Saúde, e levar oportunidade de conhecimento e aprendizado aos
médicos” é o grande objetivo do CCI, nas palavras do presidente de
Mercados Emergentes da Covidien, Robert White.
A estratégia de inovação direcionada ao Brasil, em linha com
o forte investimento global nos países emergentes, acontece depois
da aquisição
da brasileira WEM Equipamentos Eletrônicos, em janeiro
deste ano, para aumento de portfólio local, e de percorrer mais de
10 mil km pelo País com o “Caminhão
da Saúde”, equipado com simuladores cirúrgicos e
aparelhos para cirurgia minimamente invasiva. “O Centro é o nosso
segundo passo em educação continuada”, disse o vice-presidente e
gerente geral do Brasil, Ermano Moraes. Atualmente, o quadro de
colaboradores da Covidien no Brasil tem 780
pessoas.
“Além do treinamento de profissionais, a iniciativa vai
favorecer o estabelecimento de parcerias, inclusive governamentais,
e estratégias de marketing”, disse Tarnoff.
Os Centros, estabelecidos em países emergentes, representam o
empenho da empresa em se manter inovando - aspecto primordial da
Medtronic, que faz produtos como marca passos, bombas de insulina e
próteses. Em 15 de junho, as companhias anunciaram um acordo
definitivo sob o qual a Medtronic vai adquirir a Covidien para
criar a primeira companhia mundial de tecnologia e serviços médicos
Premium. Por enquanto, nada muda no Brasil e o CCI manterá suas
atividades normalmente.
Para se ter uma ideia, a companhia aguarda avaliação de 100
mil patentes pendentes, segundo Moraes. Os investimentos em P&D
aumentaram em 2013, atingindo R$ 500 milhões, o que representa 5%
das vendas. Hoje, a organização conta com 38 mil funcionários,
opera em mais de 150 países e obteve receita de US$ 10,2 bilhões em
2013.