Tecnologia já atuou no tratamento de alergia, câncer de pele e infertilidade
A pele é o maior órgão do corpo humano e protege o corpo das agressões do meio ambiente (bactérias e fungos, por exemplo). Mas, assim como protege, a pele cria resistência para a penetração dos agentes existentes em cremes. A boa notícia é que pesquisas recentes, realizadas nos últimos vinte anos, revelaram que o laser pode ser utilizado para permitir a “entrada” de medicamentos pela pele. A tecnologia já está disponível em cidades da Europa e nos Estados Unidos.
A novidade oferece uma maneira confortável, prática e não invasiva de administrar medicamentos tópicos (para serem aplicados diretamente na pele) de maneira geral. A tecnologia também auxilia pacientes que precisam de injeções diárias (como os diabéticos que devem receber insulina diariamente).
“Na pele, o maior obstáculo para a absorção dos medicamentos é o estrato córnea (camada mais externa da pele), pois diminui a velocidade de entrega da maior parte dos medicamentos. É por esse motivo que a aplicação de cremes para queimar gordura na pele, pode não ter os resultados esperados; não há penetração suficiente”, conta a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Dra. Valéria Campos.
Os possíveis mecanismos de permeação de drogas assistidas por lesão são a remoção direta da barreira da pele por uma onda fotomecânica e um efeito fototérmico que aumenta a permeação da pele. Por motivos de segurança e melhora da eficácia, o laser tem sido mais usado em sua forma fracionada, em colunas que são removidas da pele. As colunas são rodeadas de áreas de pele que aceleram a cicatrização. São nesses espaços criados pelo laser, que os medicamentos têm uma porta de entrada.
O aumento da absorção dos medicamentos pela pele, tem causado uma revolução no universo farmacêutico e na pesquisa toxicológica (que estuda os efeitos de substâncias químicas sobre o organismo). A tecnologia ampliou o número de medicamentos que podem ser administrados por via transdérmica (pela pele). Na Europa e nos Estados Unidos já existe um laser pequeno e portátil que pode ser utilizado em casa. Muitas abordagens têm sido desenvolvidas para superar a natureza impermeável da pele.
A tecnologia já foi testada com sucesso no tratamento de infertilidade, alergia, asma e vacinação. Na dermatologia, o laser tem sido utilizado no tratamento do envelhecimento da pele, queloides, estrias e até o câncer de pele. “O laser vem revolucionando o modo de tratar o maior órgão do corpo humano e, num futuro muito próximo, é possível que os cremes venham acompanhados de um laser para ser aplicado em conjunto em casa”, conclui a Dra. Valéria Campos.