Seria interessante, na avaliação da analista de sinistros da Asteca Corretora de Seguros, Sandra Camelo Gaspar, a realização de campanhas institucionais mostrando mais claramente ao proprietário de veículo como o dinheiro que ele paga pelo DPVAT é usado. “Até porque ele não sabe como é usado o pagamento do seguro e amanhã poderá ser um beneficiário. Seria uma forma de divulgar ainda mais os benefícios que muitos ainda não sabem que têm direito”, argumenta Sandra, que há duas semanas abordou outros temas sobre o DPVAT aqui publicados (edição nº 184).
Para ela, as propagandas na televisão chamam a atenção das pessoas, uma forma, portanto, de tornar o seguro obrigatório mais conhecido e melhor avaliado pela sociedade. E até sugere um trailer rápido para uma peça publicitária que consiste em mostrar o segurado fazendo o pagamento do DPVAT, e de repente sai do banco e é atropelado.
Sobre sinistros, aliás, Sandra acha que não há incompatibilidade entre prêmio cobrado e sinistralidade no DPVAT para motocicletas, veículos que mais se envolvem em acidentes de trânsito. “Infelizmente alguns motoqueiros de fato são vítimas, mas a grande maioria sabe exatamente o que faz”, sustenta. Não crê, inclusive, que outras categorias de veículos, como automóvel, compensa o prêmio para motos, porque o carro também gera bastante sinistralidade, mas, “claro, a quantidade de vítimas é bem menor”.
Sandra Gaspar considera bom para o segurado o sistema de múltiplos canais de atendimento ao sinistro DPVAT. De certa forma também julga bom para os prestadores que cobram pelo serviço. “Assim, quem não acha correta a cobrança ou não pode pagar procura os Correios”, pondera. O corretor de seguros nesse modelo talvez, segundo ela, tenha perda de espaço junto à concessionária, porque ele não cobra das vítimas pelo serviço. O atendimento às vítimas nos Correios, para ela, não pode se dizer que é uma boa solução, “mas, sim, mais uma opção”.
Ela também reconhece que a rede de perícia não é suficiente. “Mas já temos algumas mudanças significativas onde a vítima informa que não tem perícia em seu estado ou região e a Seguradora Líder analisa o laudo médico”, assinala. Sendo assim, ela diz que a seguradora deveria, então, aceitar o laudo médico para evitar custo para o segurado ou fornecer o transporte para a locomoção dele, uma vez que a exigência é dela.