Ronaldo afirmou que sofre com o problema há quatro anos.
Distúrbio hormonal pode causar aumento de peso.
Na entrevista em que anunciou sua despedida do futebol nesta segunda-feira (14), o atacante Ronaldo, do Corinthians, afirmou que sofre de hipotireoidismo há quatro anos.
Ronaldo diz que passou os últimos anos lutando contra a balança e, segundo ele, não tomou medicamentos tratar da doença por causa do controle de doping. O atleta temia que os remédios fossem confundidos com substâncias proibidas no esporte.
O hipotireoidismo é um distúrbio hormonal que desacelera o metabolismo e pode causar aumento de peso. A tireoide é uma glândula localizada no pescoço, logo abaixo do pomo-de-adão. Mede cerca de 5 cm de diâmetro. Ela produz dois hormônios: a T3 (triiodotironina) e a T4 (tiroxina). As informações são do "Manual Merck de Informação Médica".
Os hormônios T3 e T4 são responsáveis por controlar o metabolismo, que é a velocidade com a qual o organismo gasta energia. Eles influenciam várias funções vitais, desde a frequência cardíaca até a digestão.
O hipotireoidismo é o baixo funcionamento da tireoide. Os hormônios são produzidos em menor quantidade, e o metabolismo cai. O organismo funciona de maneira mais lenta como um todo, e uma consequência natural é o ganho de peso.
O distúrbio hormonal é mais comum em mulheres – estima-se que 10% das adultas sofram do problema – e em pessoas mais velhas. Porém, não se trata de uma regra, e ele pode ocorrer com qualquer pessoa em qualquer idade.
Uma das causas do hipotireoidismo é a falta de iodo – elemento usado pela glândula na fabricação dos hormônios. Presente no sal marinho, ele era, no passado, de difícil acesso para quem morava no interior. Hoje em dia, por lei, o sal de cozinha contém iodo.
O bócio, um inchaço da tireoide conhecido popularmente como papada, que se torna visível no pescoço, já não é mais tão comum. “A partir dos anos 1950, 1960, o sal passou a ser iodado. Se a gente reparar, no pacotinho de sal está lá: ‘sal iodado’. O sal iodado, ou o próprio sal marinho, que vem da água do mar, já ajuda muito a não ter o bócio", explica o médico Luís Fernando Correia.
A redução da produção hormonal pode estar ligada também a anomalias genéticas na glândula. Outra causa possível é a baixa produção do TSH, um hormônio produzido por outra glândula – o hipotálamo, localizado na cabeça – e que é responsável por estimular a produção dos hormônios tireóideos.
O tratamento é feito com reposição hormonal. O método mais utilizado é a ingestão da T4 sintética. O hormônio não consta na lista das substâncias proibidas pela Agência Mundial Anti-Doping (WADA, na sigla em inglês).