O Hospital e Maternidade Mauá é o terceiro a fechar as portas no Grande ABC em menos de um ano. Além dele, a maternidade Neomater, em São Bernardo, foi lacrada pela Justiça em setembro, e o São Caetano, que funciona na cidade de mesmo nome, encerrou atividades em agosto.
Caso confirme a falência nos próximos dias, a Samcil deve passar por situação parecida com a que viveu o convênio Di Thiene, detentor do Hospital São Caetano.
A carteira de clientes da rede deve ser leiloada pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para outro grupo de saúde, que comprará carências, mas poderá reajustar o valor de mensalidade cobrado dos consumidores.
Para que isso ocorra, no entanto, é preciso uma longa caminhada. Primeiro a entidade governamental deve confirmar a liquidação extrajudicial do plano, o que equivale a um decreto de falência, que só ocorre após profunda análise sobre as contas da rede.
Neste período os clientes devem seguir pagando normalmente o boleto, mesmo sem conseguir atendimento médico. Caso a fatura seja atrasada ou não paga, a compradora da carteira não é obrigada a aceitar o consumidor sob o regime de facilitamento de carência e valores.
Se o grupo não conseguir se reerguer, os prédios próprios também devem passar por situação semelhante a que vive hoje a Neomater, que aguarda leilão judicial dos edifícios para quitar as dívidas com fornecedores e trabalhadores. No caso da maternidade de São Bernardo, a ação se arrasta há quase dois anos.
ESPERANÇA
Apesar do cenário desolador que se desenha, tanto a Neomater quanto o São Caetano começam a encontrar o caminho em meio ao caos.
Após a venda do prédio do hospital geral, programada para os próximos meses, a maternidade Neomater deve voltar a abrir as portas em regime de arrendamento para uma outra rede, o que repõe postos de trabalho e auxilia no pagamento de dívidas do local. O valor pago pelo prédio vendido também deve suprir, quase em sua totalidade, as dívidas trabalhistas do espaço.
Já o São Caetano deve locar o andar térreo e o do necrotério do antigo hospital para a Prefeitura da cidade. A municipalidade e o conselho deliberativo do grupo se reuniram anteontem para acertar detalhes. O prefeito José Auricchio Júnior (PTB) diz que a medida irá beneficiar a população com a facilidade de acesso em busca de atendimento médico, uma vez que a localização do prédio é estratégica, além de devolver a segurança dos moradores e comerciantes do entorno do prédio.
O prazo do acordo e o valor do arrendamento não foram confirmados.
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