O brasileiro realiza, em média,
seis vezes mais exames médicos que os residentes em países
desenvolvidos, membros da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE). O dado foi apresentado pela
presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde),
Solange Beatriz Palheiro Mendes, durante encontro que a Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) promoveu com representantes do
setor privado.
Segundo ela, dados do Mapa
Assistencial, divulgado pela própria ANS, no caso da ressonância
magnética, por exemplo, nos últimos dois anos, o número de exames
realizados por cada grupo de mil beneficiários brasileiros oscilou
de 119 a 132. Nos países desenvolvidos, essa média gira em torno de
23 exames por mil habitantes, em regime ambulatorial.
Para Solange Beatriz, esse é um
dado sintomático do descontrole da utilização de procedimentos. “Se
não sente no bolso o custo do excesso de pedidos de exames desta
natureza, o beneficiário não tem razão para questionar a própria
indicação. Trazê-lo para o sistema é uma forma de preservar a
efetividade do setor”, afirmou.
Nesse contexto, ela entende que o
cenário atual evidencia que há demanda dos empregadores por
produtos com franquia e coparticipação, e que a adoção desses
mecanismos de regulação financeira “melhora os incentivos e reduzem
desperdícios”.
Na visão da presidente da
FenaSaúde, é preciso “se despir de antigos conceitos”, que podem
ter justificado uma regulação mais restritiva na operação de
produtos com franquia e coparticipação, mas que hoje não se fazem
mais necessários. “Devemos debater como esses mecanismos precisam
de maior compartilhamento de custos para sua efetividade,
observou.
Solange Beatriz frisou ainda que
esses mecanismos, mais que estimular o equilíbrio financeiro,
trarão o beneficiário para dentro do sistema de saúde suplementar.
“Serão um forte agente no controle dos custos e desperdícios”,
observou.