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Lugar da apólice de seguro da Rio 2016 é na gaveta

Fonte: Por Antoninho Rossini - AD News Data: 03 agosto 2016 Nenhum comentário

Os Jogos Olímpicos Rio 2016, reunindo cerca de 206 países, a partir do próximo dia 5 serão acompanhados por cerca de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo. São 306 provas em 42 modalidades esportivas, sendo que 136 delas só para atletas mulheres, 161 para homens e 9 mistas. Trata-se, sem dúvida, do maior evento esportivo do planeta.

O circo está armado, isto é, mais ou menos armado em vista das ocorrências primárias da Vila Olímpica. As delegações estrangeiras, visitantes e sobretudo jornalistas estrangeiros estão povoando o cenário carioca. Caberá aos jornalistas e seus veículos de comunicação a responsabilidade de difundir em todo o mundo as quebras de recordes, as alegrias e decepções de atletas. Para se ter ideia de como essa cobertura jornalística é lavada a sério basta observar-se a quantidade de equipamentos de telecomunicação, contratação de canais de satélites e pessoal mobilizado.

Concomitantemente a todo esse aparato, quantos anunciantes e patrocinadores estão investindo há muitos meses para fazer dessa oportunidade uma geradora de negócios para seus produtos e serviços? E quantas agências de propaganda, globais e nacionais estão queimando fosfato dos seus criativos para se destacarem num mercado cada vez mais competitivo?

Num cenário de incertezas, com ideologias conflitantes, sanha e ódios raciais como o mundo vive nos dias de hoje cabe mais uma pergunta, esta pragmática e catastrófica: a Rio 2016 pode ser suspensa ou cancelada? Resposta: Não, pelo menos do ponto de vista de proteção de patrimônios tangíveis – os intangíveis merecem outro tipo de avaliação, mas também podem receber cobertura pecuniária.

Para fazer face aos imprevistos – incluindo ações terroristas, pandemia (olha a Zika aí, gente) e catástrofes naturais, o Comitê Olímpico Internacional (COI) assinou uma apólice de seguro no valor de US$ 2 bilhões, com um pool de seguradoras e resseguradoras mundiais. (Os Jogos Paralímpicos estão fora desse valor visto que para eles o seguro será efetuado por meio de seguradoras nacionais).

No último dia 27, durante reunião do Comitê da Cadeia Produtiva do Esporte (CODE), da Fiesp, o tema foi tratado em detalhes por um especialista na área de seguros e suas complexidades. Nesse encontro, um detalhe ficou muito claro uma vez que para os mega valores investidos envolvem conglomerados e potencias financeiras de valor e reputação de marcas não haverá prejuízos.

Claro que na pior das hipóteses terão que mobilizar seus escritórios de advocacia para fazer reparação de danos. Se no dia e horário, por exemplo, canais como CCTV 5, da China; Deutsche Weller, da Alemanha; Fox Sports, dos Estados Unidos e NHK, do Japão não cumprirem seus contratos, a casa cai. Os contratos milionários dessas coberturas – em euros, dólares ou em reais – reservam as suas cláusulas de penalidades, que serão acionadas – alguém pagará a conta. Isso, sem contar a repercussão global em relação aos eventuais culpados.

O Comitê Olímpico Internacional trata desse tema com certa naturalidade em decorrência de sua experiência no trato do tema, mas o ideal mesmo é que apólices dessa envergadura sejam apenas guardadas numa gaveta e fiquem sem uso. Afinal, assim como os jogos e os atletas, o que deve ficar é um legado positivo para a história.

 

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