Corretoras chegam a
registrar aquecimento nas vendas de 15%. No Brasil são mais de 4
milhões de aparelhos com apólices.
Até o mês de agosto, a Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) contabilizou 251,1 milhões de
celulares no Brasil. No mesmo mês, o Cadastro de Estações Móveis
Impedidas (CEMI), do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e
de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTeleBrasil), registrou 7,2
milhões de aparelhos móveis roubados, furtados ou extraviados no
Brasil.
Este tipo de crime tem levado muita
gente a contratar um seguro para o smartphone. São 4 milhões de
celulares com apólices e um alto índice de sinistros, segundo a
Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de
Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas
Corretoras de Seguros e de Resseguros (Fenacor).
O presidente do Sindicato dos
Corretores de Seguro do Estado de Sergipe (Sincor-SE), Érico Melo,
confirma que o aumento da criminalidade aquece o setor. “A cada dia
surgem no mercado aparelhos mais sofisticados e mais caros, com
isso, o risco de roubo é enorme no Brasil e crece a procura por
porteção. Os proprietários com este perfil são os que mais buscam a
proteção e o índice de sinistro é bastante elevado”, explicou.
A Secretaria da Segurança Pública
de Sergipe (SSP/SE), assim como em outros Estados, não possui dados
estatísticos sobre o número de aparelhos roubados ou furtados,
apesar de diariamente serem registrados Boletins de Ocorrência.
Há menos de um mês, o produtor
cultural de Sergipe Edu Barreto entrou para as estatísticas do CEMI
ao ter o aparelho roubado por jovens na Zono Sul de Aracaju. A
poucos metros de onde ele estava um rapaz, que esperava o ônibus,
também foi alvo dos mesmos homens que estavam armados.
“O celular custou R$ 1.300 e foi
comprado há a cerca de um mês. Como infelizmente não tinha seguro,
acabei ficando com o prejuízo e pagando as parcelas que vão seguir
nos próximos cinco meses. Foi aí que bateu o arrependimento de não
ter aceitado a proposta de seguro apresentada pelo vendedor”,
contou o produtor cultural.
Antes mesmo de trabalhar neste
mercado, Igor Teixeira já conhecia os benefícios de possuir uma
dessas apólices, que evitou um prejuízo financeiro após ser vítima
de um assalto. “Assim que levaram o aparelho fiz o Boletim de
Ocorrência e contatei a corretora, enviando os documentos
digitalizados. Eles analisaram, efetuei o pagamento da franquia e
logo mandaram o novo aparelho”, contou Teixeira.
Segundo ele, os usuários de
aparelhos celulares e smartphones de Sergipe estão começando a se
interessar mais por este tipo de serviço. “Em nossa corretora houve
um aumento de 15% no último ano. A maioria das contratações desse
tipo de seguro é feita através de apólices abertas, onde são
vinculadas à própria operadora de telefonia móvel em parceria com
alguma seguradora”, disse o consultor de seguros.
Na empresa que ele trabalha, o
seguro é procurado por um público com idade entre 25 e 35 anos para
dispositivos móveis que custam em média R$ 2 mil. A preocupação por
lá é a proteção contra roubo. “Mas o seguro também dá
possibilidades para outros serviços como danos físicos causados em
acidentes, incêndios, impactos de veículos e até mesmo na tentativa
do roubo e danos elétricos. Ainda existe a cobertura
internacional”, explicou.
Lição Aprendida
O estudante de jornalismo Geovani
Mangueira comprou um celular em maio do ano passado e quando ainda
estava iniciando os pagamentos foi assaltado. Comprou um outro em
novembro e um mês depois deu defeito. Após o problema com a
garantia do fabricante resolveu adquirir um terceiro aparelho para
utilizar no trabalho.
“No mês de janeiro fiz a compra e
já contratei um seguro para parar de sofrer. Durante um certo
período, metade do meu salário era investido no pagamento dos três
aparelhos”, contou.
Valores dos Seguros
Os preços das apólices variam de
seguradora para seguradora, mas ficam em média entre 10 e 15% do
valor do aparelho descrito na nota fiscal. Na internet, existem
vários sites que disponibilizam simuladores para que cotação.
Os corretores de seguro para
celulares e smartphones explicam que o consumidor precisa ficar
atento a algumas questões. “É importante observar quais as
coberturas contratadas para não ter surpresas desagradáveis. Por
exemplo, as seguradoras oferecem cobertura para roubo ou furto
qualificado, excluindo o furto simples. Isso tem que ficar claro
para o consumidor para que ele não se sinta enganado na ocorrência
de um sinistro”, explicou Érico Melo.
No ato da aquisição do seguro, é
necessário apresentar ao corretor ou vendedor da loja dados como
nome, CPF, CEP de residência, marca/modelo e valor do dispositivo
para ser feita a cotação com as seguradoras que oferecem os
melhores produtos. Escolhido, o corretor transmite a proposta para
a seguradora, a forma de pagamento e já está cadastrado.
Combate de roubado e furto
Desde o mês de março, a Anatel
disponibilizou uma fora prática para que os consumidores que
tiveram os celulares roubados consigam pedir o bloqueio do aparelho
ligando diretamente para as operadoras informando apenas o número
da linha. O serviço também está disponível nas delegacias de
estados como Bahia e Ceará.
O intuito do órgão é tirar a
atratividade do roubo e diminuir os índices altos registrados em
todo o país. Antes, era necessário o IMEI, sigla em inglês que de
International Mobile Equipment Identity, composta por uma sequência
de 15 algarismos e que podem ser consultados digitando no aparelho
*#06#.
No caso de roubos de cargas, a
empresa pode solicitar o bloqueio do aparelho em delegacias, mas
precisam informar o IMEI, já que ainda não foi gerado um número
para os celulares. Para as pessoas que costumam comprar telefones
móveis de segunda mão, a Anatel recomenda que se faça a consulta
através da internet para saber se existe alguma restrição.