Uma semana após o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreender o mercado, aprovando um corte de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, admitiu haver um novo padrão de redução dos juros básicos, em entrevista dada, nesta quarta-feira, 18, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. “A decisão de intensificar foi baseada nas evidências dos últimos meses, que basicamente nos apontaram que poderíamos bancar não apenas 0,50 ponto percentual, mas 0,75”, esclareceu Ilan.
Apesar do novo ritmo de corte dos juros, ele afirmou que a intensidade da redução poderá mudar, tendo em vista fatores como inflação, nível de atividade econômica e projeções variadas. A queda da Selic fez os juros baixar aos 13% ao ano, superando as expectativas do mercado financeiro, que esperava recuo de meio ponto percentual. A próxima reunião do Copom ocorrerá em fevereiro. Para especialistas, o ritmo de afrouxamento monetário além do esperado é um indicativo de que a recuperação econômica, após dois anos de profunda recessão, ainda destoa do que espera o governo.
Também em Davos, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, assegurou que a economia brasileira se tornará bastante atraente para investidores a partir de sua recuperação. Segundo ele, há uma contínua melhoria nos fundamentos econômicos brasileiros."Agora estamos em recuperação, a economia está começando a crescer e a tendência é que investidores tenham mais oportunidades", afirmou ele, acrescentando que recebeu sinalização de várias multinacionais já presentes no País já pensando em investir substancialmente mais.
A equipe econômica, acrescentou o ministro, planeja revisar sua expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, ainda em 1%, contra 0,5% do mercado, segundo boletim Focus mais recente, ou 0,2% do FMI.