A jornada de 2017 está em curso e o Brasil põe em ação a recuperação econômica. Algumas medidas foram adotadas: redução dos juros, a retomada da confiança na economia brasileira e a discussão da pauta de reformas estruturais pelo governo abrem perspectivas para o mercado segurador em 2017. É o que acredita o presidente da CNseg, Marcio Coriolano.
Em material informativo da entidade, o dirigente aposta que o setor de seguros deve obter este ano um crescimento um pouco maior que o do ano passado. Para ele, o processo de redução da taxa de juros pode propiciar um começo de retomada do crescimento, o que permitirá, num segundo momento, tirar o país da crise. Segundo Coriolano, a queda dos juros é positiva tanto para as empresas quanto para os brasileiros em geral, que terão um alívio financeiro e poderão voltar a consumir com mais desenvoltura. “No caso do setor segurador, não há como não acreditar que a redução dos juros vai impulsionar o nosso mercado, pois as pessoas terão maior disponibilidade financeira para investir em seguros”, afirma.
Apesar da situação desfavorável em 2016, o setor conseguiu crescer em termos reais. O presidente da CNseg projeta que em um cenário de uma política econômica mais realista e consistente, as perspectivas devem ser melhores. “Para 2017, prevemos um crescimento consolidado entre 9% e 11%, ante uma inflação prevista abaixo de 5%”, aposta. Mas Coriolano adverte que para que isso é necessário o Brasil avançar em termos de fundamentos, reformas básicas e recuperação econômica.
O presidente da CNseg diz que as reformas trabalhista e previdenciária são fundamentais para a retomada do desenvolvimento e para um crescimento sustentado a partir de agora. “À medida que o governo consiga encaminhar essas propostas e aprová-las no âmbito do Congresso, os agentes econômicos terão mais confiança e segurança para investir”, prevê. Para ele, a aprovação da PEC do teto dos gastos já foi um avanço porque sinaliza o compromisso do governo com a responsabilidade social e com a guinada necessária na política econômica. “O importante é acompanhar a tendência”.
Em 2016, o setor supervisionado pela Susep registrou uma trajetória consistentemente ascendente: 5,7% até maio, 6,5% até julho, 7,2% até setembro e 8,2% até novembro. No caso do segmento de saúde privada, supervisionado pela ANS, o crescimento até setembro chegou a 12,2% em relação ao mesmo período de 2015. Como um todo, o mercado de seguros arrecadou R$ 291,5 bilhões. Esses números demonstram o dinamismo do nosso setor e a sua capacidade de crescer mesmo em um ambiente econômico francamente desfavorável.
No desempenho de ramos, Coriolano lembra que o seguro de vida individual cresceu 28,4% até novembro, com receita de R$ 6 bilhões. Outro setor de destaque foi o de planos de previdência VGBL, com expansão de 20,8% e receita de R$ 90,4 bilhões. Seguro rural e seguro habitacional também tiveram bons desempenhos, ambos com incremento de 10,1%. Por outro lado, alguns segmentos sofreram queda, principalmente os de riscos de engenharia (-25,2%), seguro de garantia estendida (-9,7%) e capitalização (-3,5%). O ramo de seguro de automóveis, um dos mais importantes para o setor, apresentou decréscimo de 2,7% até novembro.
Apesar da aprovação da Susep para a venda do Seguro Auto Popular e do Universal Life, o presidente da CNseg diz esperar que também haja avanços para o seguro de Garantias de obras e o Previ Saúde.