A sociedade deve denunciar aqueles que
comercializam irregularmente apólices de seguros, sem ter a devida
qualificação para exercer a profissão. A afirmação é do advogado
especialista em seguros, Gilberto de Jesus, para quem, a
conscientização do consumidor é a melhor forma de coibir essa
prática. “O próprio consumidor deve saber que é de seu interesse
denunciar para que a Susep possa adotar as medidas cabíveis”, frisa
o advogado, em entrevista exclusiva ao CQCS.
Ele acrescenta que, ao tomar
conhecimento de tais irregularidades, a Susep terá como “atuar e
autuar”, impondo pesadas penalidades. “É isso que vai inibir tais
práticas”, observa.
Gilberto de Jesus diz ainda que não
acredita que a tendência seja a de se tornar comum a atuação
irregular desses falsos corretores. Para ele, o mais provável é que
a conscientização da sociedade leve “a outro cenário”.
O especialista ressalta ainda que, bem
informado, o consumidor pode ser um aliado do corretor, pois, a
exemplo do que ocorre em outras profissões, como contador, advogado
ou médico, tem interesse em denunciar falsos profissionais se não
estiver satisfeito e não enxergar qualquer segurança na prestação
do serviço.
Quanto à atuação de canais
alternativos, como bancos e redes varejistas, o advogado lembra
que, em geral, há sempre um corretor envolvido na comercialização
do seguro, ainda que não esteja fisicamente presente no momento da
contratação da apólice. Ainda assim, ele acha que os profissionais
independentes têm um importante diferencial para vencer essa
concorrência. “O corretor pode oferecer o melhor plano e a melhor
seguradora, as coberturas mais adequados, e os preços mais
apropriados. Os bancos e as lojas de varejo não pode, pois
trabalham com convênios, o que impede o cliente de auferir se
aquele seguro é mesmo o melhor para ele”, argumenta o especialista,
acentuando ainda que, para o cliente, é “extremamente prejudicial”
não ter as informações que realmente necessita.
Ele admite, contudo, que os bancos e
as redes de varejo levam vantagem em, pelo menos, um aspecto: o
acesso mais fácil ao consumidor. Mas, para contrabalançar esse
diferencial, o corretor independente conta com o conhecimento e a
capacidade de formular a proposta mais adequada para cada caso.