A Nobre Seguradora, que está em processo liquidação desde outubro do ano passado, após permanecer seis meses sob o regime de direção fiscal, vinha apresentando bons resultados até agosto de 2016 (último mês contabilizado pela Susep no que se refere aos números da companhia), mesmo diante dos problemas internos e do cenário de instabilidade na economia.
Segundo a autarquia, de janeiro a agosto, a seguradora arrecadou R$ 282,7 milhões, o que representou um crescimento da ordem de 4,9% em comparação ao mesmo período, em 2015.
Além disso, os valores destinados a cobrir as despesas comerciais – que englobam as comissões de corretagem e investimentos em campanhas – aumentaram 7,1% entre os dois períodos comparados.
Esse bom resultado foi fruto do foco da atuação da Nobre em três carteiras, que juntas geraram, nos oito primeiros meses de 2016, mais da R$ 182,5 milhões em receitas de prêmios, o equivalente a quase 65% do faturamento global da companhia no período: RCFV Ônibus (R$ 118,178 milhões); RC Facultativa/Veículos – RCFV (R$ 33,761 milhões); e RC Ônibus (R$ 30,634 milhões).
REAÇÃO. Vale lembrar que os problemas enfrentados pela companhia, que ocasionaram a intervenção da Susep geraram muita preocupação no mercado e mesmo no meio político, levando, inclusive, o deputado Valdir Colatto (PMDB/SC) a apresentar requerimento na Câmara, em outubro do ano passado, solicitando a realização de audiência pública no âmbito da Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural para debater o prejuízo no setor de hortifrutigranjeiro, com a liquidação da Nobre Seguradora. Segundo o deputado, a medida é necessária tendo em vista que a empresa vinha apresentando prejuízos recorrentes em suas operações e “não adotou nenhuma solução factível para o saneamento definitivo dos problemas”.
Ainda em outubro, as lideranças dos corretores de seguros tiveram um importante encontro em São Paulo, antes da abertura do XVII CONEC, para discutir ações em defesa da categoria diante da decisão de Susep de decretar a liquidação dessa seguradora. A recomendação foi para que todos os profissionais com produção nessa companhia entrassem em contato com os seus clientes para informar que as apólices perderam o efeito com a liquidação. “É preciso adotar essa providência imediatamente, para que o corretor não seja alvo de procedimentos administrativos ou ações judiciais”, recomendou o presidente do Sincor-DF e vice-presidente da Fenacor, Dorival Alves de Sousa.