O número de pessoas sem cobertura
médica aumentaria, portanto, para 52 milhões, contra os 28 milhões
existentes no sistema atual, o Obamacare.
Aproximadamente mais 14 milhões de
americanos ficarão sem cobertura de um plano de saúde no próximo
ano devido ao projeto republicano de reforma do Obamacare, segundo
relatório publicado pelo gabinete de análise do orçamento do
Congresso (CBO).
O documento também revela que a
aprovação do decreto perante o Congresso no momento – uma medida
defendida pelo presidente Donald Trump – reduzirá o déficit federal
em aproximadamente 337 bilhões de dólares na próxima década, uma
contenção de gastos relativa se comparada ao tamanho da economia
americana.
“Em 2018, mais 14 milhões de pessoas
deixarão de ter cobertura médica sob a nova legislação, se
comparada com a anterior”, declarou o gabinete de análise do
orçamento do Congresso (CBO) em seu relatório altamente antecipado
em relação aos impactos no orçamento a partir da reforma, conhecida
como American Health Care Act.
O CBO afirmou que o número de pessoas
sem cobertura do sistema de saúde irá disparar nos próximos anos,
“para 21 milhões em 2020, e depois para 24 milhões em 2026”, em
comparação com o número atual de segurados ainda sob o plano
implementado pelo antecessor de Trump, o democrata Barack
Obama.
O número de pessoas sem cobertura
médica aumentaria, portanto, para 52 milhões, contra os 28 milhões
existentes no sistema atual, o Obamacare.
Apesar do elevado número de americanos
que perderão a cobertura do sistema de saúde, o titular da Câmara
de Representantes, Paul Ryan, apresentou uma visão otimista a
partir do relatório do CBO.
“Eu reconheço e aprecio a preocupação
quanto ao acesso dos cidadãos americanos ao sistema de saúde”,
disse ele. “Sob o sistema Obamacare, percebemos como sistemas de
saúde controlados pelo poder público não significam acesso ao
cuidado à saúde, e agora a lei está em colapso”.
“Quando as pessoas têm a opção de
escolher, os preços baixam”, concluiu Ryan.
Já a oposição democrata exigiu a
retirada imediata do plano: “o relatório do CBO revela até que
ponto as promessas do presidente são vazias quando afirmam que todo
mundo estará coberto e os custos serão reduzidos”, declarou o líder
da minoria, Chuck Schumer.
O secretário de Saúde, Tom Price,
denunciou que a avaliação do CBO não contempla as fases da reforma
proposta pelo novo governo.
Trump tem multiplicado seus esforços
para defender seu projeto e denunciar que a atual legislação é um
“desastre”.
“A imprensa transmite uma imagem muito
positiva do Obamacare (…), mas a lei está implodindo e em 2017 será
ainda pior”, declarou o presidente em debate público, afirmando que
o custo dos seguros de saúdeprivados tem aumentado para a classe
média.
Os promotores da reforma defendem que
o consumidor possa escolher o seguro que mais lhe convenha no
futuro sistema, o que reduziria os preços com a lei da oferta e
procura.
O projeto era muito aguardado, uma vez
que a reforma enfrenta a oposição da ala moderada e
ultraconservadora do Partido Republicano.
Devido às eleições legislativas que
acontecerão no próximo ano, alguns legisladores republicanos estão
preocupados por uma retirada precoce do Estado federal e pelo fato
de que milhões de americanos sem condições financeiras ou de classe
média possam ficar sem acesso ao sistema de saúde.