Corretores de seguros lotaram a Comissão de Finanças e Tributação, nesta quinta-feira (25), para assistir audiência pública que debateu a situação da Youse no mercado segurador.
A Youse, subsidiária da Caixa Seguradora, foi lançada no mercado para permitir que seguros de carro, de vida e da casa pudessem ser adquiridos totalmente online, sem a intermediação de corretores de seguros.
Os corretores reclamam que a empresa não é uma seguradora e que estaria vendendo a ideia de que o corretor não é necessário, pois o próprio consumidor seria capaz de personalizar e cotar o seu seguro.
Eles afirmam, no entanto, que, no início, a Youse nem divulgava que era da Caixa e que os planos são mais baratos porque oferecem poucas coberturas.
Plataforma digital O diretor da Caixa Seguridade Participações S.A, Paulo Eduardo Cabral Furtado, afirmou, porém, que a Youse é apenas uma plataforma digital da empresa. “As grandes empresas estão indo para plataformas digitais, o e-commerce é uma realidade há muito tempo, e a área de serviços começa a se deslocar também para estas plataformas. Nós então tomamos a decisão estratégica de vender seguros na internet. Criamos a Arca Youse, que é uma plataforma de vendas da Caixa Seguradora.”
O deputado Lucas Vergílio (SD-GO), que presidiu a reunião, questionou o diretor da Caixa Seguradora e a Superintendência de Seguros Privados (Susep) sobre a situação jurídica da Youse “Se a Youse, para vocês, neste conceito, não é uma seguradora, por que então pedir um registro junto ao órgão regulador do mercado de seguros para constituir essa mesma entidade – pessoas, funcionários – como uma seguradora?”
O diretor de Organização da Susep, Marcelo Augusto Camacho, Marcelo Camacho, confirmou que a empresa pediu o registro de seguradora, mas disse que o processo ainda não foi concluído.
Marcelo Blay, CEO da Minuto Seguros, disse que vende seguros pela internet; mas que isso não pode ser completamente online. Segundo ele, é preciso disponibilizar funcionários para atender dúvidas, dar uma verdadeira aula para o consumidor para que ele entenda termos como sinistro e franquia.
Para a superintendente jurídica da Confederação Nacional das Seguradoras, Glauce Karine de Jesus Madureira, as plataformas digitais devem garantir ao consumidor o direito de ser atendido por um corretor; além de destacar as informações relevantes de cada produto.