Os danos provocados pelo quebra-quebra promovido por manifestantes em Brasília, na quarta-feira, poderiam estar cobertos por apólices de patrimônio. A cobertura para tumultos funciona da seguinte maneira: caso a aglomeração gere confusões que saiam do controle e acabem por prejudicar algum patrimônio, ele estará coberto contra o acontecimento. Mesmo assim, as seguradoras podem investigar e tentar diferenciar atos gerados pelo tumulto de atos isolados de vandalismo.
De acordo com o corretor de seguros, Gustavo Cunha Mello, os gerentes de risco estudaram bastante como proteger comerciantes, empresas e residências das manifestações políticas que terminam com os ataques dos Black Blocs. “As empresas de menor porte fazem uma apólice multirrisco, com a opção de contratar de forma acessória a cobertura para tumultos. Entretanto, não há cobertura para vidros e saques”, explica.
“Enquanto a ação de vândalos for reprimida pela polícia, sua apólice de seguro pode cobrir o incêndio provocado por vandalismo. Embora, na maioria dos casos, a apólice exclua a cobertura de saques e destruição de vidros, o risco de uma perda catastrófica de um incêndio estaria coberta”, continua Mello.
Porém, quando o Governo coloca as forças armadas (militares) para reprimir a ação de grupos insurgentes e subversivos, o conceito de caso de polícia muda para terrorismo. “A mesma apólice passa a excluir tudo, até o incêndio. Pois terrorismo requer e possui uma apólice separada só para o seu caso”, enfatiza o gerente de riscos, acrescentando: “com uma “canetada” o presidente resolve o problema da Esplanada dos Ministérios, mas cria problemas particulares e privados para quem foi prejudicado nas mesmas manifestações”.