Nesta quinta-feira (20), será
anunciado o IPCA-15 de julho que antecipa a inflação do mês
vigente. Ou seja, o índice divulgado hoje vai contemplar parte dos
efeitos verificados em junho (sobretudo na segunda metade do mês) e
parte do efeito inflacionário do mês vigente (sobretudo na primeira
metade de julho).
No mês de junho houve deflação e os
principais responsáveis pela queda da inflação foram alimentação e
preço de combustíveis. A perspectiva de preço dos alimentos ainda é
deflacionária influenciada pela ótima safra de 2017. E a queda no
preço do combustível foi registrada constantemente na segunda
quinzena de junho e início de julho com as constantes reduções
promovidas pela Petrobras.
Porém, outro fator importante pode
alterar o viés do IPCA-15: a tarifa de energia elétrica. A bandeira
tarifária foi elevada porque houve mudança na bandeira de verde
para amarela. Normalmente, quando se observa os dados de julho, é
possível notar aumento da inflação, principalmente, de serviços,
por conta do efeito de férias escolares. A expectativa da Mapfre
Investimentos é de que o IPCA-15 registre uma leve deflação de
0,07% em relação ao mês anterior, principalmente influenciado pela
alteração da bandeira tarifária.
Essa leitura prévia da inflação de
julho é importante para antecipar a tendência de inflação do mês,
que está diretamente ligada com o ritmo de cortes da Selic que, de
acordo com o relatório da Mapfre, confirma mais uma vez o corte de
1% na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
Portanto, caso a leitura do IPCA-15 surpreenda (com deflação maior
do que a prevista), pode ser que tenhamos um ciclo de corte de
juros maior para 2017.
GESTÃO
O relatório da Mapfre diz ainda que
houve um clima de otimismo depois da aprovação da reforma
trabalhista no Senado e a vitória do presidente na CCJ contra a
denúncia do procurador Geral da República. No cenário externo, o
início das férias de verão reduziu a liquidez dos mercados,
movimento que foi sentido inclusive na bolsa brasileira. O dólar se
desvalorizou 3,08% frente ao real, encerrando o período cotado a R$
3,1802.
O Ibovespa registrou a maior alta
semanal desde abril de 2016, com valorização de 5,00 %, aos 65.436
pontos. Os destaques da semana foram os setores de bancos e
petróleo, além das ações da JBS, que subiram após a confirmação da
venda do controle da Alpargatas e as notícias de renegociação de
suas dívidas. Pelo lado negativo, os destaques para as ações da
Eletrobrás, que passaram por um movimento de realização de lucros
após o forte movimento de alta da semana anterior.
O mercado de renda fixa reagiu
fortemente à aprovação da reforma trabalhista no Senado. Os
vencimentos mais longos da curva de juros registraram quedas
superiores a 30 pontos durante a semana, com os investidores mais
confiantes nos próximos passos da política econômica e no espaço
para flexibilização da política monetária após a aprovação da
reforma. Os destaques da semana foram: Jan18 queda de 12 pontos;
Jan19 queda de 19 pontos; Jan21 queda de 31 pontos; Jan23 queda de
39 pontos; Jan25 queda de 39 pontos.