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Roubo de cargas em minas impacta economia

Fonte: SindSeg MG/GO/MT/DF Data: 21 agosto 2017 Nenhum comentário

Amália Goulart, jornalista do Diário do Comércio, produziu uma matéria sobre o roubo de cargas em Minas Gerais. O SindSeg MG/GO/MT/DF marcou presença com dados do mercado e, além disso, reforçando que a entidade está próxima aos órgãos públicos sugerindo medidas preventivas de crimes como um todo.

Confira a matéria completa.

Além de aumentar a exposição à violência, o roubo de cargas – crime que vem avançando em Minas Gerais – está levando a outros efeitos colaterais, como elevação dos preços de produtos e geração de entraves ao transporte rodoviário no País. O alerta é de profissionais do setor. Como as transportadoras têm que investir alto em segurança e pagar seguros mais elevados, esses custos refletem nos valores do frete, são repassados aos comerciantes e aos consumidores. E, no caso das cargas mais visadas pelas quadrilhas – como cigarros, bebidas, celulares e pneus – já há transportadoras e seguradoras que desistiram do negócio.

Um dado que dá noção mais ampla do prejuízo vem do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros e de Capitalização dos Estados de Minas Gerais, de Goiás, do Mato Grosso e do Distrito Federal (SindSeg MG/GO/MT/DF). No ramo de seguro que cobre o roubo de carga, o aumento no valor de sinistros (valor pago pela seguradora quando a carga é roubada) foi de quase 100%. Entre janeiro a junho de 2016, o valor foi de R$ 8,97 milhões, sendo que passou para R$ 17,72 milhões em igual período de 2017.

Segundo o SindSeg, no primeiro semestre deste ano, no comparativo com igual período de 2016, houve aumento de 47,4% na contratação de seguros nesse ramo. Já a sinistralidade – relação entre receita e indenizações pagas – no mesmo período chegou a 81,3%, representando aumento de 34% em relação ao primeiro semestre de 2016.

De acordo com a entidade, é recomendável que a sinistralidade fique na faixa de até 60% para que as empresas de seguro possam arcar com custos e obter lucro. Ou seja, as seguradoras estão “trabalhando no vermelho” neste segmento.

“As seguradoras que operam no segmento de transporte estão sentindo fortemente o roubo de cargas e algumas empresas já desistiram de atuar nesse setor”, disse a diretora do SindSeg MG/GO/MT/DF, Andreia Padovani.

O consultor de seguro da corretora VRS Seguros, empresa especializada em seguros de cargas, Itamar Pereira Paulo, explica que as seguradoras fazem um apanhado sobre os produtos mais atrativos para as quadrilhas e também as rotas mais perigosas. “São produtos que têm receptação certa. As quadrilhas agem sob encomenda”, explica. “Para determinadas regiões, o custo é maior. Para o Rio de Janeiro, por exemplo, a seguradora só presta o serviço se a transportadora contratar escolta armada”, completa. O Rio de Janeiro é o Estado campeão no País em roubo de cargas.

Segundo Pereira, em alguns casos, a seguradora chega a declinar do pedido de cotação. “A maior parte das companhias seguradoras não assumem o risco de oferecer seguro para uma empresa que faz exclusivamente o transporte de medicamentos”, exemplifica.

Além disso, no contrato há o chamado sublimite, valor que a transportadora poderá embarcar sem precisar gerenciar o risco. A empresa poderá, por exemplo, embarcar R$ 100 mil em mercadorias que a seguradora cobre. Se ultrapassar esse valor, para ter direito ao seguro, a transportadora ainda tem que providenciar, por exemplo, o rastreamento da carga e escolta armada, de forma a amenizar o risco da companhia de seguro. Como forma de prevenção a esse tipo de crime, as seguradoras atuam com os clientes para que adotem iniciativas de gerenciamento do risco. Além disso, segundo Andreia Padovani, o sindicato está sempre próximo aos órgãos públicos sugerindo medidas preventivas de crimes como um todo.

Segurança – O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Gladstone Viana Diniz Lobato, ressalta que o roubo de cargas gera uma cadeia de custos altíssimos que, sem dúvida, atinge o consumidor final. Segundo cálculos do Setcemg, cerca de 15% do faturamento das transportadoras são investidos em segurança.

“A seguradora aumenta o valor cobrado pelo prêmio. Além disso, a transportadora tem que aumentar o investimento em segurança. As empresas estão fazendo o que o Estado deveria fazer”, diz. Ele reforça que as cargas têm alto valor agregado para quadrilhas porque os ladrões estão encontrando saída facilmente no mercado paralelo.

Levantamento realizado pelo Setcemg com base em dados de órgãos de segurança indica que Minas Gerais manteve, nos primeiros cinco meses deste ano, uma média de quatro roubos de carga por dia.

De acordo com o sindicato, no Estado foram registrados, de janeiro a maio deste ano, 661 roubos de carga, aumento de 11,2% no comparativo com igual período de 2016, quando ocorreram 594 crimes desse tipo. Os trechos considerados mais perigosos estão na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e a região Central.

Segundo o Setcemg, em 2016, o prejuízo com o roubo de cargas em Minas foi de R$ 220 milhões. Neste ano, até agora, esse valor não foi calculado pelo sindicato.

 

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