Um grupo de quatro veterinários de Ribeirão Preto resolveu criar há mais de 20 anos, a primeira administradora de planos de saúde para cães e gatos do Brasil.
“O foco é a prevenção de doenças, o que proporciona mais qualidade de vida e maior sobrevida ao animal de estimação”, destacou Valquiria Martins Pane, gerente administrativo da Vetplan.
A estrutura é muito semelhante aos planos de saúde humanos. Por uma mensalidade a partir de R$ 74,90, dependendo da cobertura do plano, o cão ou gato tem à disposição mais de 30 estabelecimentos credenciados para ser atendido.
São quatro clínicas 24 horas e consultas em diversas especialidades médicas (cardiologia, oftalmologia, ortopedia, endocrinologia, por exemplo), além de laboratórios de análises clínicas e de imagem.
Guias on-line
A autorização das guias é concedida 100% on-line, o que agiliza o atendimento. O pet dispõe de um prontuário com todo o histórico de atendimento.
A Vetplan atende atualmente 1.200 cães e gatos de Ribeirão Preto, Sertãozinho e Brodowski.
A publicitária Priscila Yamakado Pilan Rahine, 39, contratou pela primeira vez o plano de saúde para seu pet há 14 anos, quando o poodle Felipo tinha seis anos de idade.
Segundo ela, as consultas frequentes no veterinário e o acompanhamento com foco na prevenção de doenças fizeram com que o tempo de vida do pet fosse esticado. “Em média um poodle vive 11 ou 12 anos, o meu viveu 18 anos e morreu de velhice”, relembra.
Felipo morreu há dois anos. Assim que ganhou o shih-tsu Scott, há dois anos, porém, Priscila contratou novamente o plano de saúde, que agora cobre o cachorrinho.
“Aos 4 meses ele brincou com um enxame de abelhas e um ferrão entrou na patinha dele. Levei o Scott ao plantão 24 horas do plano de saúde. Se fosse levar no particular, iria pagar perto de R$ 1 mil. O custo-benefício do plano é melhor”, afirma Priscila, que paga R$ 100 ao mês pelo plano.
Até 100 animais são cremados por mês
Ribeirão Preto oferece, desde junho de 2015,plano funerário e cremação de pets – cães, gatos, aves, roedores. A procura pelo serviço é crescente desde a inauguração e ao mês já são feitas entre 80 e 100 cremações.
Os clientes têm a opção de fazer planos funerários com custos a partir de R$ 480, dependendo do porte do animal e do tipo de cremação (individual ou coletiva). Há opção de fazer o velório (tem cliente que inclusive chama o padre para dar uma bênção) e a cremação ou somente a cremação.
“Um animal de 10 quilos resulta em 300 gramas de cinzas, ou seja, o volume inicial é reduzido em 97%”, explica Roberto Mura, diretor do Crematório Pet Amigos de Patas. O cliente escolhe o que fazer com as cinzas.
Os restos mortais podem ser jogados no jardim do crematório, localizado em Jardinópolis, e servir como adubo de flores ou de plantas.
Há casos em que as cinzas são encaminhadas para produção de tijolo ou cerâmica. “A maioria das famílias prefere ficar com as cinzas, 70% dos clientes. Temos diversas opções de urnas”, declarou. Há modelos em que é possível personalizar a urna colocando o nome ou a foto do pet, por exemplo.
Mura explica que uma lei estadual de 2014 prevê que todas as carcaças de animais sejam cremadas.
“Fizemos um estudo detalhado antes de optar pela melhor tecnologia para a cremação. Com esse procedimento ecologicamente correto evita-se a contaminação da água, do solo e do ar, é um problema de saúde pública”, afirmou.
A família da aposentada Ana Vera de Sandre, 73, resolveu ficar com as cinzas do bassê Furão, cremado no último dia 12. “[O bassê] Era meu filho, o que eu faria para um filho fiz para ele, sempre quis fazer a cremação. Minha filha vai guardar os restos dele por toda a vida, é uma lembrança”, declarou a idosa, emocionada.
Análise - Respeito aos limites e hierarquia
“O mercado pet cresceu demais e as novidades que chegam são mais para satisfazer o ego do próprio dono do que proporcionar bem-estar ao cão, que em sua natureza não precisaria de nada disso. Hoje, 90% dos problemas psicológicos dos cães, casos de agressividade, são causados pelos humanos.
Os cães desrespeitam regras e restrições e o cão necessita de um líder, o dono deve mostrar que é ele quem manda, mostrar hierarquicamente que é superior a ele, tem que desafiar o cão quando ele fizer algo errado.
Limites e hierarquia são algo importantíssimo. É a mesma coisa se um filho der um tapa na cara da mãe e a mãe não fizer nada.
O ideal é que o dono procure um profissional para orientá-lo sobre o que fazer para disciplinar o cão desde filhote. O líder deve ser forte, confiável, calmo e equilibrado. O cão nasce em branco, como o ser humano. Se tiver um temperamento agressivo, pode ser controlado. O maior problema hoje são os donos, não os cães, por causa da permissibilidade.”