Sistema Unimed já
conta com mais de 102 hospitais próprios. Verticalização é a
estratégia da cooperativa para se manter no mercado
Verticalização no
mercado de medicina suplementar é uma estratégia para se manter no
mercado. È assim que o diretor administrativo e financeiro da
Central Nacional Unimed, Rodolfo Pinto Machado de Araújo, justifica
o aumento significativo de números de hospitais da cooperativa em
território nacional.
Atualmente, a Unimed conta com 102 hospitais em funcionamento e 12
em construção, estando alguns já em fase de equipamentos. Deste
montante, cerca de cinco devem ser inaugurados ainda em
2010.
Das centenas de
instituições do sistema Unimed 11 estão entre os cerca de 120
hospitais acreditados no Brasil. Embora o executivo afirme ser um
número relativamente pequeno, ele acredita que a cooperativa vai
evoluir rapidamente para acreditação de maior número possível de
hospitais.
"Esse crescimento é uma
necessidade que o mercado vem mostrando para reduzir custo e
aprimorar qualidade do atendimento. Acreditamos que quem não tiver
recursos próprios nos próximos anos terá muita dificuldade de
permanecer no mercado de medicina suplementar", avalia Araújo. E
mais: "Essa verticalização é uma estratégia não só da Unimed, todas
as operadoras estão tendendo a verticalizar. As medicinas de grupo
também estão tomando a mesma atitude", completa o executivo ao
dizer que nos últimos anos isso tem sido uma necessidade de
sobrevivência.
O que está onerando na
medicina suplementar, segundo Araújo, é que o discurso acadêmico e
a prática do dia a dia não se completam. Para ele, os hospitais
deveriam cobrar taxas e diárias que fossem reais, mas a maioria dos
hospitais no Brasil não tem centro de custo, desconhecem o seu
custo real, e também aqueles que conhecem os seus custos trabalham
com diária e taxas em valores inferiores ao real custo e transferem
o ganho para material (órtese e prótese) e medicamento, onde a
margem de lucro é brutal.
"Eu estou me referindo a
internação hospitalar. Vendo isso todos os players estão
verticalizando porque você deixa de pagar fora e retém o ganho
dentro da sua instituição hospitalar para dividir, no nosso caso,
com os cooperados."
A previsão de gastos da
Central Nacional Unimed para os hospitais com essas internações é
de R$ 400 milhões em 2010. O ano passado o valor chegou a R$ 356,8
milhões.
A verticalização das
Unimeds se estende a farmácias e laboratórios, por exemplo. Araújo
explica que em algumas cidades não há necessidade num primeiro
momento de se ter hospital, mas é preciso um atendimento
diferenciado, ou não tem condições financeiras, então o estimulo é
que se faça um hospital-dia ou um Pronto Atendimento. "O
hospital-dia bem organizado pode atender 45% da demanda cirúrgica
da operadora."
Hoje o sistema conta com
166 farmácias e, embora o executivo afirme que essas unidades não
têm margem de lucro, é mais um beneficio agregado ao plano da
Unimed.