A Deloitte, empresa que atua no segmento de consultoria e auditoria, divulgou um levantamento que traz informações sobre a área de saúde no Brasil e em países como Bélgica, Canadá, China, França, Alemanha, Luxemburgo, México, Portugal, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos.
Segundo o sócio da área de Life Science e Healthcare da Deloitte, Enrico de Vetori, apesar da baixa avaliação nos serviços de saúde por parte dos brasileiros é possível identificar, nos últimos cinco anos, uma crescente determinação das organizações de saúde em busca de convergirem às expectativas dos mercados
De acordo com o estudo, sobre a satisfação ao sistema de saúde, os entrevistados concederam notas em uma escala de A a E (sendo A – excelente e E – ruim). A maioria deles (57%) deu nota “D” ou “E”. Já 35% dos entrevistados deram nota “C” e apenas 8% classificaram como “B”. Menos de 1% dos consumidores deu uma nota “A”.
Satisfação ao sistema de saúde:
Quando questionados sobre a própria saúde, quase metade dos entrevistados (46%) respondeu que possuem problema crônico, 41% classificaram como “muito boa” e os outros 13% classificaram sua saúde física como “excelente”.
A maioria dos entrevistados (81%) está insatisfeita com o tempo de espera por atendimento. Já sobre o acesso a serviços (exames realizados, por exemplo), o percentual de insatisfação foi de 57%. Outros 57% também reclamam da falta de foco no cuidado com o paciente.
De Vetori explica que, nesta pesquisa, foi possível detectar quais são os pontos mais sensíveis para o brasileiro, E ressalta que apesar de insatisfeitos, eles acreditam em uma melhora no sistema e são receptivos à inovação no setor.
Fidelidade
A pesquisa detectou que a troca de médicos é comum entre os brasileiros – 33% dos entrevistados relataram troca de médico no ano passado. As razões para essa prática são diversas.
Entre elas estão: a insatisfação com o atendimento recebido (49%), a necessidade de um tipo diferente de especialista (26%), a insatisfação com o serviço prestado pelos funcionários no consultório do médico (26%), a não aceitação do plano de saúde (15%). Apenas 8% dão preferência para os médicos que cobram mais barato.
A escolha de hospitais considera aspectos, como a cobertura do seguro (61%), a especialização (61%), facilidade de acesso (61%) e a reputação (60%). A afiliação a universidades (21%) e a religiosidade (10%) são os fatores menos considerados. Vale destacar que 57% dos consumidores estão satisfeitos com a qualidade dos cuidados que receberam no hospital que usaram mais recentemente.
Medicamentos
Quando o assunto são os medicamentos, 40% dizem que tomam medicamentos com prescrição regularmente. Os usuários de medicamentos prescritos procuram na internet informações sobre as opções de tratamento (46%), compararam opções de tratamento para um problema específico (24%) e procuram conselhos na farmácia sobre um medicamento prescrito por um médico (24%).
Dos 6% dos consumidores que disseram já ter mudado de medicamentos prescritos nos últimos 12 meses, a maioria mudou para uma marca genérica para economizar dinheiro (59%). Outras razões incluem: a falta de medicação recomendada (30%), o não funcionamento do medicamento (28%) e os efeitos colaterais (22%).
“Constatamos que o mercado de medicamentos genéricos no País está em constante crescimento; 44% dos consumidores relatam que pediram ao seu médico um medicamento genérico, motivados pelo custo”, completou De Vetori.
Planos de Saúde
Os planos de saúde no Brasil também foram analisados na pesquisa, já que 75% dos entrevistados, disseram ter um convênio médico. Para os entrevistados, o convênio é obtido principalmente por meio dos empregadores (52%). Outros 38% contrataram o convênio diretamente.
Contratação de planos de saúde:
Já sobre política de saúde no País, apesar dos participantes se mostrarem muito críticos, 56% deles enxergam possibilidades de melhoria da qualidade e de redução de custos.