Raquel Rodrigues, que trabalhava como cozinheira em uma escola, colocou sua filha como dependente no plano de saúde em 2015. O pré-natal foi feito todo pelo plano de saúde. Porém, o parto foi feito no Hospital Garavelo, pela rede pública, naquele ano.
“Tem a certidão de nascimento da minha neta que prova que o parto foi feito lá. O hospital nem tem convênio com o Imas, foi pelo SUS”, disse Raquel.
Porém, em 2017, a servidora decidiu retirar a filha como dependente no plano de saúde e os problemas começaram. Em outubro, ela viu no contracheque os descontos irregulares.
“Eles cobraram por dois partos feitos no mesmo dia, e isso não existe. Começou em outubro e está descontando até agora. Foram oito parcelas de R$ 74,27. Esse dinheiro pode não fazer falta para os outros, mas para mim, que ganho um salário mínimo, faz”, contou.
Devido ao problema, a mulher disse que adoeceu e foi afastada do trabalho. Além disso, Raquel conta que não consegue comprar alguns alimentos e está com dificuldades financeiras.
O advogado da Raquel, Erick Araújo Miranda, conta que a cliente tem depressão e bipolaridade. “Com essas dificuldades, o quadro dela piorou e ela chegou a tentar suicídio. Foi um erro muito grande e, com isso, vamos entrar com uma ação por danos morais contra o Imas”, disse.
O presidente do Imas, Sebastião Peixoto, reconheceu que houve um erro. “Ela tirou a filha do plano de saúde sem avisar e tinham alguns débitos a pagar. Então, no sistema, colocaram como se fossem partos, mas isso está errado realmente. Já assinei uma portaria e o dinheiro foi totalmente devolvido à servidora, que vai receber na próxima folha de pagamento”, disse.