Lideranças do mercado de seguros já
esperam um final de ano acima das expectativas iniciais. O diretor
Geral da Organização de Vendas da Bradesco Seguros, Marco Antonio
Gonçalves, por exemplo, garante que o desempenho apurado em 2016
será melhor que o de 2015. Assim, mesmo com queda na produção
industrial (-6,5%), na venda de veículos (-16%) e no PIB (-3%), o
mercado de seguros deve crescer em modalidades importantes como o
de veículos (3,1%), ramos elementares (7,1%), vida (3,3%),
previdência complementar (12,7%), capitalização (6%) e saúde
(13,9%). “Felizmente, o mercado se tornou anticíclico e mesmo nos
momentos mais difíceis continua evoluindo. O nosso setor está
maduro, evoluiu e continuaremos a avançar”, observou o executivo,
em palestra para os associados do Clube dos Corretores de Seguros
de São Paulo (CCS-SP).
Segundo ele, ainda há muito espaço
para o crescimento do setor, pois ainda existe “um grande abismo
entre a atividade de seguros e a economia do país”.
Marco Antonio Gonçalves lembra que
a participação no PIB saltou de 1,3% para 6,2% em 25 anos – entre
1990 e 2015 – e deve manter essa tendência, até porque o setor de
seguros vem crescendo sempre acima da média da economia nacional.
No ano passado, por exemplo, enquanto o PIB caiu 3,8%, o mercado de
seguros cresceu 11,6%. De certa forma, a crise foi positiva para o
mercado, que precisou reduzir custos e se tornar ainda mais
eficiente. A distribuição também está explorando o canal de forma
mais adequada, frisou o diretor da Bradesco Seguros.
Diante desse cenário, ele acredita
que a fatia correspondente ao Brasil na receita global de seguros,
hoje na faixa de 2%, deve aumentar nos próximos anos, empurrando o
mercado nacional da 14º para a 8ª colocação do ranking mundial já
em 2020.
Ele espera que até lá o mercado
explore melhor alguns ramos ainda pouco desenvolvidos, como o
seguro residencial, que cobre apenas 13% das moradias, e mesmo o de
automóveis, que garante somente 28% da frota nacional. “O mesmo
deve ocorrer nos planos de sade, que respondem por 25% do mercado
em potencial e dos odontológicos, que figuram com 11%. Além disso,
no seguro de vida, apenas 18% dos brasileiros possuem seguro,
observou.
Marco Antonio Gonçalves assegurou
que em todos esses ramos, as oportunidades são grandes, cabendo ao
mercado oferecer a melhor proteção principalmente para aqueles “que
não o conhecem”.