A disparada do roubo de carga nos
últimos meses tem levado seguradoras a tornar mais rígidas suas
exigências às transportadoras, afirmam executivos do setor.
O pagamento de sinistro pelas
empresas subiu 27,6% neste ano, entre janeiro e agosto, em relação
ao mesmo período de 2015, segundo a Marsh, que reuniu dados da
Susep (que regula o setor).
Nos últimos três meses, as
seguradoras têm apertado as regras para manter o mercado viável,
afirma Sérgio Caron, responsável pela área de gerenciamento de
riscos de transporte da corretora.
“A exigência de uma escolta armada
era para cargas acima dos R$ 500 mil. Agora, baixou para R$ 300
mil. Isso encarece e, às vezes, até inviabiliza o transporte.”
A franquia também subiu, diz Paulo
Roberto de Souza, do sindicato paulista das transportadoras.
“Antes, era, no máximo, 25%. Hoje, chega a 30%. O gasto com
segurança já representa entre 8% e 12% da receita das
empresas.”
Além dos segmentos tradicionalmente
visados, como eletroeletrônicos e medicamentos, tem crescido o
roubo de alimentos e de itens de higiene e beleza, afirma Adailton
Dias, diretor da Sompo Seguros.
“O índice de roubo é tão alto que
há transportadoras que têm recusado cargas de alto valor”, afirma
Álvaro Velasco, presidente do Grupo Tracker, de rastreamento.
Algumas seguradoras também têm se
retirado do segmento de transportes ou deixado de atender
determinados clientes, segundo Dias. “Se essa tendência seguir, o
seguro de cargas vai se tornar financeiramente inviável.”