O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o governo
brasileiro vai arcar com a despesa do transporte para a vinda de
médicos estrangeiros ao País. Antes de atuar nos municípios, eles
passarão por uma avaliação que vai durar três semanas. Se
reprovados, voltam para o país de origem. Segundo o ministério,
ainda não está definido se haverá uma forma de reembolso nesses
casos.
O ministro também disse que um estudo do governo aponta que há
estrutura para abrir mais vagas de residência no País, conforme foi
anunciado. "Os ministérios da Saúde e da Educação mapearam os
serviços credenciados ao SUS e está claro que existe estrutura
hospitalar para abrirmos até 12 mil vagas de residência médica",
disse.
O governo anunciou nesta terça-feira que serão criadas 12 mil
vagas de bolsas de residência até 2017, no valor de R$ 2.348, sendo
quatro mil até 2015. Existem, atualmente, 11.468 vagas de
residência para 15 mil estudantes que se formam no País.
Além das bolsas, o Ministério da Saúde ainda vai destinar R$ 100
milhões por ano para incentivar a ampliação das vagas de residência
no País. A pasta vai destinar até R$ 200 mil por hospital para
aplicação em reforma e adequação de espaços e aquisição de material
permanente, como salas de estudo e bibliotecas. Além disso, serão
destinados entre R$ 2 mil e R$ 8 mil por mês para cada vaga criada
aos hospitais que ampliarem pelo menos cinco vagas de
residência.
Os critérios de seleção, segundo o ministério, serão: municípios
com mais de 50 mil habitantes ou que sejam polo de região de saúde
com mais de 50 mil habitantes, mínimo de 100 leitos hospitalares,
mínimo de cinco leitos por residentes, entre outros. No edital de
residência para 2014, o governo vai permitir, pela primeira vez, a
participação de hospitais privados sem fins lucrativos.
Pacto por melhores hospitais
O ministro iniciou o discurso citando a reunião que ocorreu
nesta segunda-feira, 24, entre a presidente Dilma Rousseff e
prefeitos e governadores. "Um dos pontos que ela propôs e que teve
apoio dos presentes foi o pacto nacional por mais e melhores
hospitais, mais médicos e mais perto da população", disse. Segundo
o ministro, técnicos do ministério já iniciaram na manhã desta
terça uma reunião "para detalhar esse pacto".
"A primeira ação, bastante imediata, é executar mais rápido os
R$ 7 bilhões que já estão contratados entre ministério, Estados e
municípios", afirmou. Outra medida, segundo ele, é acelerar a
adesão de hospitais filantrópicos ao programa do ministério que
troca dívida por mais atendimento e que dá incentivo a
procedimentos de média complexidade.
Mais uma das ações, conforme Padilha, é a discussão do
financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS). "Foi consenso que
precisamos ter recurso para investimento e orçamento crescente para
manutenção, contração de profissionais e de insumos", disse. "O que
anunciamos hoje é parte desse pacto para levarmos mais médicos à
população brasileira", afirmou.
O Brasil tem hoje 1,8 médicos por mil habitantes, segundo dados
do governo. Essa média é menor que Argentina (3,2), Uruguai (3,7) e
Reino Unido (2,7). E 22 estados brasileiros estão abaixo da média
nacional.