O
cenário de crise ocasionado pela pandemia de Covid-19, desemprego
em alta e o lento ritmo da vacinação estão levando as pessoas a
ficarem mais conscientes sobre a necessidade de estarem protegidas,
o que acabou refletindo positivamente nos seguros de pessoas.
Segundo dados da FenaPrevi (Federação Nacional de
Previdência Privada e Vida), somente em abril deste ano os
contratos de planos de seguro de pessoas cresceram 24,3%, chegando
a cerca de R$ 4,1 bilhões e superando o alcançado no mesmo mês de
2020.
O
volume mensal de crescimento dos prêmios é puxado pelo seguro de
vida, tanto na modalidade Individual quanto Coletiva, que
registraram R$ 1,8 bilhão em negócios, uma alta de 23,5%. Os
produtos de vida, em geral, cobrem indenizações por morte,
invalidez permanente ou temporária e assistência funeral. “Não
tenho dúvidas de que o crescimento dos seguros de vida será
constante por muitos anos, pois existe ainda um enorme potencial de
mercado a ser explorado. A proporção da população que possui uma
proteção adequada em termos de seguro de vida ainda é muito baixa,
não chega a 10%. Em países desenvolvidos a proporção é muito maior,
o que demonstra que temos um longo caminho pela frente. Há um
universo de oportunidades para todos os agentes do setor
segurador”, afirma João Paulo Moreira de Mello, presidente do
CSP-MG (Clube de Seguros de Pessoas de Minas Gerais).
O
impacto da pandemia da Covid-19 resultou em um volume pago de
sinistros 116% maior em relação a abril do ano passado, totalizando
R$ 1,8 bilhão em indenizações no mês. Marcos Kobayashi, diretor
Comercial Nacional Vida da Tokio Marine, diz que para adotar a
indenização em casos de sinistros decorrentes da doença foi preciso
avaliar a capacidade dos contratos de resseguros. “Para a adoção de
uma medida tão contundente como esta, como é a exclusão de pandemia
das condições gerais do seguro de vida, precisamos ter uma enorme
responsabilidade quanto à manutenção do equilíbrio do mercado
segurador, obedecendo rigorosamente o conceito de mutualidade. Não
podemos agir de forma a causar impactos neste sistema que tem uma
função tão nobre como a proteção da sociedade. Acreditamos que o
seguro oferece proteção pessoal, familiar e financeira e
proporciona tranquilidade às pessoas exatamente quando elas mais
precisam”.
Depois do seguro de vida, vem o seguro prestamista com quase R$ 1,3
bi em contratações em abril, aumento de 35% em relação ao mesmo mês
do ano passado. Coberturas como as de Acidentes Pessoais, Doenças
Graves/ Terminais e o Auxílio Funeral somaram R$ 534 milhões, R$
112 mi e R$ 83 mi, respectivamente. De acordo com os dados da
Federação, elas tiveram em abril um crescimento de 12,7%, 28,9% e
31,5% frente ao mesmo mês do exercício anterior.
As
pessoas também passaram a procurar mais o seguro
educacional, que alcançou R$ 4 milhões em prêmios, com 27,7% de
alta em abril na comparação com o mesmo mês de 2020. Já o seguro
viagem, que vinha em um movimento de queda até março deste ano
devido à interrupção do turismo, registrou em abril alta discreta
de 12,5%, chegando aos R$ 16 milhões em prêmios.
Segundo Rosimario Correa Pacheco, superintendente Comercial e
Marketing Sancor Seguros, é fundamental que os corretores saibam
explorar o momento que o mundo vive, a necessidade das pessoas e as
facilidades que existem na contratação do seguro para aumentarem
suas carteiras e fecharem mais negócios. “O corretor deve conhecer
os produtos disponíveis no mercado para saber o que mais se adapta
a cada cliente e fazer a oferta. Atualmente as seguradoras estão
disponibilizando diversas ferramentas para atender as demandas
específicas de seus segurados, além de oferecem treinamento para
seus parceiros comerciais estarem por dentro das novidades. Prestar
um atendimento cada vez mais consultivo e personalizado, mesmo à
distância, é o que vai fidelizar o consumidor”.