Representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)  apresentaram, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, os cálculos  para reajustar os planos de saúde. Segundo eles, a fórmula foi discutida  com órgãos de defesa do consumidor, Ministério Público e organizações  ligadas à saúde.
A audiência foi acompanhada pelo diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Rogério Scarabel.
Após a avaliação, ANS informou que irá publicar uma nota normativa  sobre os reajustes, que valerá a partir de maio de 2019. Se aprovada, a  nova fórmula para reajuste dos planos levará em conta o índice do valor  das despesas assistenciais (IVDA), que é formado por três elementos.
Os três elementos são a variação dos preços da despesa assistencial  (VDA) considerados os gastos da carteira de planos individuais das  operadoras. O segundo é o desconto da variação da Receita Faixa Etária  (VFE), proveniente dos reajustes previstos toda vez em que o usuário  muda de faixa etária. Desse valor tira-se 1.
 O terceiro  aspecto o fator denominado “ganhos de eficiência” (FGE). Isso porque a  ANS pretende estimular as operadoras a atuarem como gestoras de  assistência à saúde, estimulando a eficiência e evitando um modelo que  transforme a operadora numa mera repassadora de custos assistenciais.
Atingido o índice de variação da despesa assistencial (IVDA =  VDA/VFE-1-FGE), o percentual de reajuste é igual a 80% x IVDA + 20% x  IPCA Expurgado (o que é eliminado do índice nacional de preços ao  consumidor amplo são as contas referentes aos planos de saúde e às  despesas médicas).
Análises
O coordenador da área que elaborou a fórmula de reajuste, Bruno  Morestrello, afirmou que o que se faz “no expurgo é evitar que o  reajuste do ano seguinte seja retroalimentado pelo reajuste do ano  anterior”. Segundo ele, não é possível estimar um reajuste apenas com  base na inflação do período.
“Além de a área de saúde  ter um comportamento de preços diferente da média da economia, existe o  efeito da frequência do uso dos serviços, a variação de eventos como  consultas, exames, cirurgias”, afirmou o especialista.
Para os representantes da ANS, a nova fórmula de cálculo dos planos de  saúde é vantajosa porque os dados que compõem o reajuste são públicos e  auditáveis. Os técnicos da agência também apontam como benefício o fato  de os dados serem retirados do próprio mercado de planos individuais e  terem menor defasagem entre o período de cálculo e a aplicação do  reajuste. Apontam ainda a correção das despesas não-assistenciais será  feita por índice específico, expurgando as despesas assistenciais.
 Considerações
O coordenador da área que elaborou a fórmula de reajuste, Bruno  Morestrello, disse que o novo cálculo inclui as despesas assistenciais e  não assistenciais. Segundo ele, aproximadamente 80% dos gastos de um  plano de saúde são procedimentos, terapias, internações e exames — as  despesas assistenciais.
Ainda de acordo com suas  estimativas, Morestrello disse que os demais 20% são despesas  não-assistenciais, ou seja, o que a operadora do plano de saúde gasta  com pessoal, locomoção e manutenção, por exemplo.
*Com informações da Agência Senado