Mas não é sobre jornalismo que pretendo falar. A introdução desse artigo só se faz necessária para dizer que as profissões menos ameaçadas diante do avanço tecnológico justamente são aquelas em que a habilidade humana é (e sempre será) imprescindível. Os corretores de seguros estão incluídos nesse grupo. Se alguém previu lá atrás que a profissão de corretor iria ser engolida pelas novas tecnologias, errou feio. Se hoje ainda existe essa desconfiança, a razão pela qual não se precisa temer é simples: máquinas não são capazes de substituir emoções humanas, por mais desenvolvidas e inteligentes que sejam.
Seguros protegem o que os consumidores têm de mais valioso – levar essa proteção para os lares e empresas brasileiras é uma missão nobre, criativa, sensível, ou seja, humana. Corretores não são meros vendedores de seguros. Além do produto, o profissional é responsável por oferecer diretrizes para a vida da pessoa, compartilhar experiências, ajudar a educar financeiramente e a garantir o cumprimento dos direitos dos clientes, tornar simples e acessível o que parece complexo à primeira vista. As funções consultivas sempre estiveram atreladas à carreira do corretor, mas com a chegada da tecnologia, tornaram-se o principal diferencial dessa profissão.
Não faltam levantamentos que confirmam a importância do corretor para o setor de seguros e sociedade. Segundo o estudo “A Intermediação do Seguro no Brasil e os novos canais de venda”, do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), em plena revolução digital, o profissional continua exercendo mais influência na decisão de compra do que aplicativos e sites de cotação de seguros. Por mais que a internet seja hoje a principal porta de entrada do consumidor para cotação e comparação de preços das apólices, o cliente prefere não fechar negócio de seguro por meio digital. Ou seja, é um erro dizer que a inovação tecnológica é inimiga do corretor. Pelo contrário, é uma grande aliada.
O consumidor hoje tende a trocar de marcas, de empresas, mas não de corretor de seguros, cuja relação ainda é de fidelidade e de longevidade. Mas isso também não é regra absoluta. O ponto-chave para se alcançar esse patamar tem nome e sobrenome: atualização constante. Na era digital, em que as informações são abundantes, um novo tipo de consumidor surgiu, mais empoderado e dono de si. Ser assertivo no atendimento às suas demandas requer acima de tudo qualificação.
Numa analogia à teoria da s e l e ç ã o natural de Charles Darwin, na qual quem sobrevive é o mais forte e rápido, no setor de seguros, é quem se adapta melhor às novas tecnologias e se qualifica. Nesse contexto, é bom ficar atento: o corretor não é responsável pelas transformações tecnológicas que acontecem, mas é responsável pela forma como vai reagir às mudanças. Qualifique-se, corretor!